Despedida do Paraná rumo ao Canadá tem muita emoção, alegria e gratidão de estudantes e pais 09/02/2022 - 14:03

O embarque dos alunos e alunas do Ganhando o Mundo no aeroporto internacional Afonso Pena foi marcado por muita emoção. Parte das famílias que residem próximas à capital foi dar um último abraço antes da partida na manhã desta quarta-feira (9).

Uma delas foi a da estudante Melissa Andrieli Rodrigues dos Santos, de Quatro Barras. Acompanhada dos pais, Geomar Rodrigues dos Santos e Juliana Batista dos Santos, Melissa teve um dia ainda mais especial que os demais, pois completou 16 anos hoje e ganhou os parabéns no saguão do aeroporto.

“É incrível, são dois presentes ao mesmo tempo. Sensacional, estou sem palavras. [Estou ansiosa] para conseguir me comunicar, conhecer os lugares, me dar bem com a família, com a escola, viver novas experiências”, relatou a estudante do Colégio Estadual Elias Abrahão.

O pai, que levou até bexiga personalizada de aniversário, estava orgulhoso da filha. “Estou muito feliz, porque é uma conquista dela, por esforço dela, empenho dela. A gente vai sentir muita falta nesse período, mas a gente sabe que é para o bem dela”, disse. “Ela está muito feliz de estar indo, então, isso deixa a gente mais tranquilo, né? Estamos com o coração na mão, mas está sendo muito bom esse momento e ela tem que aproveitar.”

Moradores do outro lado da região metropolitana, em Mandirituba, Vilmar e Soriane Ribeiro foram se despedir da filha Natália Ribeiro, aluna do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco.

“É muito emocionante, muito emocionante. Primeiro pelo aprendizado que ela já teve nos cursos [de inglês] e com certeza lá no Canadá vai ser uma experiência ímpar, graças a essa oportunidade do Governo do Estado. É muito gratificante, o aprendizado vai ser extremamente bom para o futuro dela”, disse Vilmar.

Emocionada e abraçada à filha, a mãe estava com os olhos marejados. “Eu estou segurando o choro, mas é um choro de alegria, é um choro de gratidão. Eu sei que é para o bem dela, então, a gente tem que aguentar um pouquinho a saudade e agradecer esse projeto [...]. Espero que tenha continuidade, porque tantas crianças não têm essa oportunidade. Para ela [Natália], está sendo uma conquista que não tem palavras”.

“A emoção está muito grande para deixar o Brasil e para todos os aprendizados que eu vou ter lá no Canadá”, contou Natália.

No embarque — Já na área de embarque, o secretário da Educação, Renato Feder, que acompanhou os estudantes até o avião, conversou com a aluna Daiély Aparecida Veinharski, do Colégio Estadual Guarani Da Estratégica, de Nova Laranjeiras, e soube da aventura da estudante ao se inscrever no programa, há mais de um ano.

Com problemas de conexão, ela quase perdeu o prazo. “Eu já tinha desistido, porque eu pensei ‘ah, não é para mim, né? Se eu não consegui até agora...’. Aí, meu pai chegou do trabalho e disse: se você quer se inscrever, vamos”. Ele, então, adquiriu outro pacote de dados só para tentar inscrever a filha, fato alcançado na noite do último dia das inscrições.

“É transformador. Quando você faz um intercâmbio — eu fiz —, você volta com a cabeça mais aberta, muito mais empoderado, autoconfiante. É uma grande mudança passar por outra cultura; transforma sua vida como você não esperava. A gente está muito feliz e quer ampliar esse programa”, finalizou Feder.

Ganhando o Mundo — O programa de intercâmbio internacional Ganhando o Mundo foi criado pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte para oferecer a estudantes do Ensino Médio uma formação em instituições de ensino estrangeiras que tenham curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil. Os jovens foram selecionados com base em um ranking de melhores notas entre as escolas estaduais.

Os estudantes viajariam inicialmente em agosto do mesmo ano, no entanto, ainda no primeiro semestre, tiveram a viagem adiada para o início deste ano por conta das medidas sanitárias impostas pela pandemia. Por conta disso, o destino mudou da Nova Zelândia para o Canadá.

A seleção dos intercambistas foi feita com base na média de notas e frequência. Os critérios eram média maior ou igual a sete (7,0) em todas as matérias, e frequência maior ou igual a 85%. Para chegar à pontuação final, foram somadas as médias de todas as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) cursadas em 2020 no 9º ano.

Para aperfeiçoar o idioma, em 2021, os selecionados tiveram acesso a um curso de inglês via aplicativo, ofertado em parceria com as universidades estaduais vinculadas à Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Foram seis módulos de 40 horas, totalizando 240h de aprendizado em um formato autoinstrutivo, baseado em desafios que consideram a perspectiva da aprendizagem por vivência social e cultural.