Educação amplia número de vagas para o Ensino Médio diurno 20/11/2019 - 17:30

A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) irá ampliar em mais de 20 mil o número de vagas para o Ensino Médio no período diurno para o ano letivo de 2020. A ampliação vai possibilitar que mais estudantes tenham a opção entre um dos dois turnos, o que hoje não é possível devido à fila de espera por vagas no diurno. A medida será possível graças ao remanejamento de vagas ociosas do Ensino Médio no período noturno, que registra redução no número de matrículas e índices de abandono elevado.

Um amplo estudo realizado pela pasta sobre o aproveitamento do Ensino Médio diurno e noturno a partir do Censo Escolar mostrou que os índices de abandono são muito superiores no Ensino Médio noturno. Em 2018, por exemplo, enquanto no período diurno 3,6% dos estudantes abandonaram os estudos, no noturno esse índice chegou a 17,7%.

Em consequência, o número de matrículas para o período também tem caído: em 2015, foram 129 mil matrículas; no ano passado, 102 mil.

“Observamos que a procura pelo ensino noturno tem caído e, além disso, o índice de abandono é alto – a média dos últimos anos foi de 18%. Diante disso e considerando que temos fila de espera por vagas no diurno, fizemos o remanejamento das vagas. A medida atende a uma demanda da comunidade e, além disso, tem efeito direto sobre o abandono escolar”, explica o Diretor de Planejamento e Gestão Escolar, Renan Compagnoli.

MAIS QUALIDADE – Além do potencial para a redução do abandono e de ampliar o atendimento nas escolas durante o dia, turno para o qual há fila de espera, o remanejamento de vagas do noturno para o diurno traz também benefícios pedagógicos para o estudante que muda de turno.

Os índices de aprovação também indicam o melhor aproveitamento do EM diurno: 85% de aprovação contra 65% no noturno.

Em termos de desenvolvimento pedagógico e grade curricular, o estudante do período diurno dispõe de mais tempo de aula e de maior diversidade de atividades extraclasse, como aulas e projetos desenvolvidos no contraturno.

“O simples fato de o aluno ter mais tempo de convívio com os professores já é um fator positivo. Significa mais tempo de aula, mais aprendizagem. O ensino noturno, idealmente, é uma exceção. Deve ser garantido para aqueles que não têm outra opção, que necessitam trabalhar durante o dia”, avalia o Diretor de Educação da Seed, Raph Gomes Alves.

FUTURO MELHOR –
O combate ao abandono escolar e às consequências futuras decorrentes motivou a medida, uma vez que a baixa escolaridade está diretamente ligada à empregabilidade e remuneração. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD 2018), do IBGE, mostram que a remuneração média de quem possuí o Ensino Médio completo é 34,5% maior do que a remuneração de quem não concluiu.

Já a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2018), do Ministério da Economia, aponta que a remuneração de uma pessoa que concluiu o Ensino Superior é 253% superior ao salário recebido por alguém que não completou o Ensino Médio. 

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