Educação promove curso de formação para policiais do Escola Segura 16/07/2019 - 15:10

Cerca de 100 policiais militares da reserva participaram, nesta terça-feira (16), em Curitiba, de curso de formação voltado à atuação no Programa Escola Segura. A iniciativa é uma parceria entre as Secretarias de Estado da Educação e do Esporte e da Segurança Pública e Administração Penitenciária.

Com duração de oito horas, o curso foi planejado para capacitar os agentes que atuam no programa para que contribuam nas ações educativas e de prevenção à violência, dentro de suas atribuições no ambiente da escola, a fim de gerar bom clima escolar. Técnicos pedagógicos dos Núcleos Regionais de Educação (NREs) das Áreas Metropolitanas Norte e Sul, de Londrina e de Foz do Iguaçu, responsáveis pela demanda de Direitos Humanos, também participam.

Diretora do Departamento de Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e Idosos da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Angela Mendonça ministrou a primeira palestra do evento. Para ela, a Polícia Militar é um braço estratégico na proteção da infância, muito porque se trata de uma instituição voltada à valorização da vida.

“Quando nós temos um programa que traz policiais militares para compor a equipe que atua nas escolas, garantindo os direitos das crianças, eu só posso dizer que é uma excelente ideia. Eu costumo dizer que ‘se nós temos polícia especializada para cuidar do roubo de carga, por que não podemos ter uma polícia especializada para cuidar de crianças?’. Com formação, sabendo de seu papel, com condições adequadas de trabalho e sendo também um garantidor [de direitos]”, afirma, complementando que acha o programa “revolucionário”.

FORMAÇÃO – Com oficinas sobre temas como diversidade na escola, as violências no ambiente escolar, bullying e estrutura e funcionamento da Instituição de Ensino, o curso desta terça-feira é uma complementação ao treinamento de 20 horas pelo qual os policiais passaram no início de maio. Na primeira etapa, os agentes participaram de cursos de capacitação de conhecimento gerais sobre o policiamento escolar, abordagem policial, e tiro, além de ato infracional e indisciplina, encaminhamento e medidas socioeducativas e interação com os diretores.

O cabo Renato Vidal Garcia, que atua no Colégio Estadual Prof. Lindaura Ribeiro Lucas, em São José dos Pinhais, reconhece a necessidade dos cursos de formação voltados aos policiais do Escola Segura, que possibilitam a união da teoria à prática.

“Estando hoje na escola, acho muito importante essas orientações, cursos e palestras, em especial sobre questões do Estatuto da Criança e do Adolescente. Por estar todo dia ali [na instituição], é muito importante saber”, diz.

Sobre o programa, ele conta que se num primeiro momento a comunidade escolar recebeu os policiais com certa timidez, hoje os alunos já o chamam até de “tio”. Segundo o policial, o retorno tanto da equipe gestora da instituição onde atua quanto das famílias dos alunos e dos moradores do entorno do colégio tem sido bastante positivo.

ESCOLA SEGURA – Ação prevista no plano de governo de Carlos Massa Ratinho Junior, o Programa Escola Segura já foi implementado em oito colégios estaduais de Foz do Iguaçu e em 18 instituições de ensino de Londrina (Norte). Na Região Metropolitana de Curitiba, 27 colégios foram contemplados neste momento.

A escolha das instituições levou em conta critérios técnicos, como o número de alunos, espaço físico, número de ocorrências e localização. No segundo semestre de 2019, outras 22 escolas, desses mesmos Núcleos Regionais de Educação, também devem receber o programa.

O Escola Segura prevê a presença de dois policiais do Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários (CMEIV) nas escolas, em dois turnos: das 7h às 15h e das 15h às 23h. Trata-se de um complemento às atividades preventivas já desempenhadas pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), responsável por coordenar o Escola Segura nos colégios estaduais e também pelo treinamento, gestão, capacitação e fiscalização dos PMs que atuam na iniciativa.

Importante ressaltar que tanto a Patrulha Escolar quanto o Escola Segura têm como objetivo principal a prevenção. A repressão a crimes e atos infracionais tem caráter supletivo.

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