Ex-aluna restaura vitral histórico do Colégio Estadual Dom Pedro II 05/12/2019 - 14:20
Sempre que descia a escadaria do Colégio Estadual Dom Pedro II, em Curitiba, quando estudou no local, na década de 1970, a artista plástica Loire Nissen admirava o vitral da instituição. Hoje vitralista, diz, inclusive, que o mosaico da escola foi uma das inspirações para que ela seguisse na profissão. E em agradecimento ao colégio onde passou felizes anos de sua juventude, tinha um sonho: restaurar o vitral, que havia muito estava “remendado”.
O sonho foi, enfim, realizado, quando Loire confidenciou seu sonho à amiga e também artista plástica Rosângela Berneck, moradora da região onde o colégio está localizado, na confluência entre os bairros Batel e Seminário, há 40 anos. Amante das artes e da cidade de Curitiba, Rosângela decidiu apadrinhar o restauro.
“Sempre apreciei a escola enquanto construção de importância histórica. Para mim, o Dom Pedro II é um marco do bairro. Eu conheço a Loire e admiro o trabalho dela demais, então foi uma parceria muito boa”, afirma ela, que estudou Belas Artes e foi aluna nome como Theodoro De Bona.
Inaugurado em fevereiro de 1928 com o nome de Grupo Escolar Dom Pedro II, o colégio teve seu tombamento aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico em 2011. Por esse motivo, na estrutura não são permitidas reformas, apenas restauros.
“O restauro do vitral, que se trata de um mosaico de vidro unido por um perfil de chumbo, exigiu muita pesquisa. Por se tratar de patrimônio tombado, eu não podia ‘inventar’ nada”, conta Loire, que diz que as rosas do vitral, feitas de vidro plaquê, foram a parte mais difícil de restaurar.
“Foi muito bacana ver os estudantes curtindo esse restauro do vitral. Quando o trabalho começou, eles queriam ficar acompanhando, e a Loire explicou todo o processo para eles. Agora eles têm um outro olhar para o vitral, sabem que se trata de um trabalho artístico. Dia desses, até um pai veio aqui e perguntou ‘mas que vitral é esse que meu filho tanto fala?’”, diverte-se.
Segundo Ruthi, os alunos sempre são lembrados de que o Dom Pedro II se trata de uma construção histórica, tombada, e que precisa ser valorizada.
A obra durou cerca de três meses, foi inaugurada oficialmente na quarta-feira (4), na presença de Loire e Rosângela, da equipe do Dom Pedro II, alunos, ex-alunos e ex-professores.