Projeto de robótica dá prêmio a alunos de Cascavel 20/11/2014 - 08:00

O projeto de recuperação de membros paralisados por meio da robótica, desenvolvido por alunos do Centro Estadual de Educação Profissional (Ceep) Pedro Boaretto Neto, de Cascavel, no Oeste do Paraná, foi destaque na 3ª edição da Feira de Inovação das Ciências e Engenharias (Ficiencias), realizada em Foz do Iguaçu, de 11 a 14 de novembro. No geral, 41 trabalhos produzidos por alunos da rede estadual do Paraná foram selecionados.

O projeto dos alunos do Ceep de Cascavel recebeu três prêmios: o terceiro lugar na categoria Áreas do Conhecimento, Engenharia; Menção Honrosa na categoria Inovação, e o Prêmio Vivência Estudantil. Por essa última premiação, os alunos responsáveis pelo projeto, Pamela Guimarães Zuniga, Gabriel Rodrigues Guia e Guilherme Biazi Sabim, que têm 16 anos e fazem o 2º ano do curso técnico em Eletrônica, vão passar uma semana no Parque Tecnológico Itaipu, no mês de março de 2015 para fazer capacitações e aprenderem novas formas de pesquisa.

SEM CIRURGIA – O projeto premiado visa ajudar pessoas com problemas de mobilidade a se movimentar, sem necessidade de cirurgias. Os alunos começaram a desenvolver o projeto em abril. Para construir o protótipo apresentado na feira, eles estudaram sobre exoesqueletos, eletrônica e anatomia.

Há 20 anos, a mãe de Guilherme sofreu um acidente automobilístico. Ela ficou sem os movimentos do braço esquerdo. “A maior motivação para o início da pesquisa foi o pedido da minha mãe para que fizéssemos algo para ajudar as pessoas com problemas de movimento. O projeto vai ser melhorado, vamos fazer outros testes ainda”, contou o aluno. O protótipo apresentado na Ficiencias já ajuda a mãe do Guilherme na fisioterapia.

Gabriel Rodrigues Guia explica como é o funcionamento do equipamento. “É uma espécie de mochila eletrônica que a pessoa veste e consegue mexer o braço. Ela controla os movimentos por uma espécie de joystick, como num vídeo game”, explicou.

Os alunos tiveram a orientação dos professores Gelson Leandro Kaul e Vander Fabio Silveira. As pesquisas foram feitas nos laboratórios do Ceep e também por conta própria dos alunos. No primeiro protótipo os alunos usaram sucata e material reciclado. Investiram R$ 200,00 que juntaram no estágio que os três fazem. Nos melhoramentos do segundo protótipo usaram materiais mais leves e o investimento subiu para R$ 900,00.

BOA ESTRUTURA - Guilherme Biazi ressaltou que a boa estrutura do Ceep Pedro Boaretto Neto onde estudam foi fundamental para a pesquisa. “Os laboratórios são bons, mas também seria interessante se os professores tivessem mais tempo para ajudarem nas pesquisas. Provamos que dá certo, que o colégio público consegue ir além do que está na sala de aula”, disse o aluno.

O sucesso do projeto dos três estudantes estimulou outros alunos do colégio a começarem novas pesquisas. Pamela Guimarães Zuniga disse que só o fato de participar da Ficiencias já foi um grande reconhecimento. “Ganhamos três prêmios, foi muito melhor do que esperávamos. Participar da feira foi um incentivo a mais para continuarmos pesquisando e melhorando nosso projeto”, definiu.

INCENTIVO À LEITURA - Outro projeto que ganhou destaque na Ficiencias foi “Bob, o Roboteca” feito pelos alunos Felipe Wallace Neiverth, 13 anos, e Jean Guilherme Neiverth, 12, que participam da sala de altas habilidades do Instituto de Educação Estadual de Maringá, no Noroeste. O trabalho ficou em segundo lugar na categoria Áreas do Conhecimento, Engenharia.

Os dois estudantes são irmãos e participam no contraturno da sala de altas habilidades onde desenvolveram o projeto “Bob, o Roboteca”. Eles levaram três meses para fazer o robô, que usa materiais reaproveitáveis, peças de outros brinquedos como rodinhas, engrenagens, circuitos e fios de controles remotos.

O robô foi feito para incentivar a leitura entre crianças de 5 a 10 anos e crianças que estão hospitalizadas. Felipe desenvolveu o equipamento e Jean escreveu a parte teórica do projeto e os dois livros carregados pelo robô, um de poesias e outro de literatura infantil.

A máquina tem três funções, anda, grava e reproduz sons e abre o compartimento dos livros. Ele se movimenta com controle remoto. “Quisemos fazer algo para incentivar a leitura. Agora vamos testá-lo, fazer alguns ajustes e colocar ele em prática”, disse Felipe Neiverth.

A professora Ivanir Diniz Batistela Santa Bárbara, orientadora do projeto dos alunos, explicou que eventos como a Ficiencias são um grande incentivo para os estudantes. “Fiquei encantada com a feira, é um ambiente muito estimulante, onde afloram ideias tanto para os alunos quanto para os professores desenvolverem novos trabalhos”, afirmou.

FICIENCIAS – Promovida pela Itaipu Binacional, a Ficiencias é um espaço para estudantes apresentarem ideias criativas e inovadoras, que contribuam com o conhecimento e a evolução no mundo das ciências. É também um local de integração e troca de experiências entre estudantes e professores do ensino fundamental e médio e do ensino superior do Paraná, de Alto Paraná, Canindeyu e Caaguazú (Paraguai) e a Província de Missiones (Argentina).

Confira os colégios estaduais premiados

Vivência Estudantil
- Monitoramento aéreo utilizando um foguete dois estágios
Colégio Estadual Doze de Novembro – Realeza

- Recuperação de membros paralisados por meio da robótica
Centro Estadual de Ensino Profissionalizante Pedro Boaretto Neto – Cascavel

Menções honrosas
- Cemitérios: Fonte de Contaminação Ambiental e Seus Impactos
Colégio Estadual Vicente Rijo – Londrina

- Recuperação de membros paralisados por meio da robótica
Centro Estadual de Ensino Profissionalizante Pedro Boaretto Neto – Cascavel

Áreas do Conhecimento: Engenharia
- Bob, o Roboteca
Instituto de Educação Estadual de Maringá – Maringá

- Recuperação de membros paralisados por meio da robótica
Centro Estadual de Ensino Profissionalizante Pedro Boaretto Neto – Cascavel

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