Renato Feder participa de evento no Congresso sobre combate ao nazismo 23/03/2022 - 15:50

O secretário da Educação e do Esporte do Paraná, Renato Feder, participou nesta quarta-feira (23), em Brasília, do seminário “Discurso de Ódio e a Banalização do Holocausto”, promovido pela Conib (Confederação Israelita do Brasil) em parceria com o Congresso Nacional.

Após a abertura do evento no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados, com a presença do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, Feder participou do primeiro de quatro painéis do evento, com o tema “A legislação brasileira e internacional para endereçar a banalização do Holocausto”, ao lado do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Joel Ilan Paciornik, e do embaixador Kenneth da Nóbrega, representante do Itamaraty e secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África.

“Quando a gente vai falar do Holocausto, tem vários jeitos de a gente endereçar o problema: uma lei melhor, uma punição melhor, a jurisprudência. Eu vou puxar para o meu lado, a prevenção do problema: se você tem uma população bem educada, aberta, a chance de ter um problema é bem menor. O meu trabalho do dia a dia é ser efetivo nesse jogo, como fazer conceitos importantes, mas abstratos, chegarem na ponta para os jovens”, ressaltou Feder em sua fala inicial.

O secretário citou como um dos exemplos efetivos desse trabalho o material de apoio disponível a todos os professores da rede estadual de ensino. “Existe um material didático unificado, com proposição de slides de apoio para todas as disciplinas [através do RCO+Aulas], inclusive para o Holocausto, conforme está na BNCC [Base Nacional Comum Curricular]”, explicou, mostrando que uma mesma aula em um colégio central da capital é possível em uma instituição rural, do campo ou indígena.

“É um material extenso, tratando o Holocasuto com muita seriedade, que aborda os dilemas: como o povo alemão da época permitiu esse processo, o absurdo que foi, quantas pessoas morreram, como o ódio começou, um debate com profundidade. É um tema vivo no nosso currículo, para o estudante sair da escola sabendo o que fazer para não repetir essa atrocidade”, completou. Descendente de sobreviventes do Holocausto, Feder relata que seu avô veio ao Brasil durante a Segunda Guerra para fugir da perseguição nazista.

Para Pacheco, o combate aos discursos de ódio e à banalização do mal “é uma responsabilidade que se impõe a toda a sociedade e também ao Parlamento, para que estejamos unidos e vigilantes”.

O evento também apresentou os painéis da lembrança e memória; mídia e democracia; e discurso do ódio e suas narrativas, com a participação de outras autoridades no tema, como Clara Ramírez Barat, diretora do Instituto Auschwitz para a Paz e a Reconciliação; Rebeca Serrano, professora e especialista em Estudos do Holocausto pelo Yad Vashem (Museu do Holocausto); Carlos Reiss, coordenador geral do Museu de Holocausto de Curitiba, entre outros, além de demais membros da Conib e jornalistas da área.

O evento teve apoio institucional do Museu do Holocausto de Curitiba, Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto de São Paulo, Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro e Grupo Parlamentar Brasil-Israel.

Histórico familiar - A família de Renato Feder é sobrevivente do Holocausto. O avô veio ao Brasil durante a Segunda Guerra para fugir da perseguição nazista.