Escolas sem paridade no ensino médio por blocos devem voltar a oferta anual de disciplinas 04/12/2014 - 14:50
As 26 escolas estaduais do Paraná que estão sem paridade no ensino médio por blocos de disciplinas semestrais deverão voltar a atender os estudantes por meio da organização anual a partir do próximo ano letivo. A medida da Secretaria de Estado da Educação atende a resolução que criou esta forma de organização, e serve, principalmente, para evitar prejuízos pedagógicos aos estudantes.
O ensino médio por blocos concentra metade das disciplinas no primeiro semestre e a outra parte no outro semestre, divididas por áreas do conhecimento. A organização foi implantada em 2009, em 109 das 1.115 escolas com ensino médio na rede estadual de educação do Paraná. A proposta original era atender os estudantes do noturno para que não perdessem o ano todo em caso de abandono da escola.
No entanto, as próprias escolas foram desistindo e voltando as turmas regulares, com aulas de todas as disciplinas o ano todo. Apenas 160 escolas preferiram continuar com as aulas em blocos, e dessas, 26 não têm mais a paridade, que é manter sempre dois blocos de todos os anos, em todos os turnos de funcionamento. Quando os blocos foram instituídos, a adesão das escolas a esta forma de organização era condição obrigatória.
“Sem essa condição, ou seja, a oferta com paridade, a escola não tem como garantir a continuidade dos estudos nas disciplinas que o estudante vinha cursando no turno de origem, em caso de transferência. Isso pode provocar desinteresse no estudante para continuar seus estudos”, explicou a coordenadora do Ensino Médio, Marly Albiazzetti Figueiredo.
A paridade permite que o estudante tenha a garantia de estudar as mesmas disciplinas que estava no bloco, sem precisar esperar o início de outro semestre. “Além de irregularidade no ensino em blocos, pois a paridade é condição para essa oferta, o prejuízo pedagógico dos estudantes é grande neste tipo de organização. Quando ele reprova ou pede transferência para uma escola com turma regular, a dificuldade de se adequar à nova organização dos conteúdos será muito grande”, disse Marly.
Existe um número elevado de transferências entre médio organizado por bloco para o anual e vice-versa. Isso dificulta a vida escolar do estudante, principalmente nas escolas que não ofertam paridade. Também há várias transferências de estudantes durante o semestre, de um turno para o outro, e se a escola não oferecer paridade, o estudante sofrerá prejuízos pedagógicos.
O Colégio Estadual do Paraná cessou a oferta do ensino médio em bloco em 2011. A medida foi tomada após um pedido de professores e estudantes da escola. “Como houve uma concentração das aulas em um semestre, algumas atividades pedagógicas, principalmente a leitura de obras literárias com um acompanhamento adequado, por exemplo, foram prejudicadas”, salientou a diretora do colégio, Laureci Schmitz.
O estudante Wesley dos Santos Pinto se matriculou no ensino médio por bloco e acabou saindo na metade do segundo ano. Atualmente ele está matriculado em um colégio que só oferta ensino médio regular. “Não me adaptei. Achei que poucas matérias seria mais fácil de estudar, mas era muito puxado, com vários trabalhos por semana”, disse.
ESTUDO - Antes da decisão, a Secretaria da educação estudou as taxas de aprovação, reprovação e evasão em 2012 e 2013 das escolas sem paridade nos blocos. Foram analisados resultados por escolas, núcleos regionais e o geral do Estado. A taxa geral de reprovação nestas escolas é de quase 5% nos dois anos, praticamente a mesma das escolas de ensino médio que têm série anual. O número de estudantes desistentes está acima da média do ensino médio regular.
Estudos da Coordenação de Planejamento e Avaliação da Seed também apontaram que não há diferença de aproveitamento de estudos entre os estudantes que terminam o ensino médio por bloco e os do ensino médio regular. Os dados vêm do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep).
No entanto, o que mais chamou a atenção é o alto índice de desistência e de transferência dos estudantes das escolas com blocos: as desistências foram de 12,96%, em 2012, e de 11,15%, em 2013. As transferências chegaram 10,38%, em 2012, e 11,63%, em 2013. No Núcleo Regional de Pato Branco, por exemplo, a taxa de transferência de estudantes chegou a 20,25 %, em 2012, e 17,74%, em 2013.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES – Segundo a Secretaria da Educação é possível perceber que não houve melhoria nos dados de aprovação, reprovação, evasão e transferências do ensino médio por bloco em relação ao ensino médio regular. Ainda há um aumento do número de reclassificação para estudantes reprovados e um dos blocos semestrais.
Existe uma dificuldade na continuação de estudos para os estudantes que terminam a série na metade do ano na organização por blocos semestrais e fazem matrícula, e transferem-se no segundo semestre para a organização anual, uma vez que não pode haver conclusão de duas séries anuais no mesmo ano letivo. Dessa forma, pode acontecer um atraso na trajetória escolar do estudante que conclui o ano no primeiro semestre letivo.
O ensino médio por blocos concentra metade das disciplinas no primeiro semestre e a outra parte no outro semestre, divididas por áreas do conhecimento. A organização foi implantada em 2009, em 109 das 1.115 escolas com ensino médio na rede estadual de educação do Paraná. A proposta original era atender os estudantes do noturno para que não perdessem o ano todo em caso de abandono da escola.
No entanto, as próprias escolas foram desistindo e voltando as turmas regulares, com aulas de todas as disciplinas o ano todo. Apenas 160 escolas preferiram continuar com as aulas em blocos, e dessas, 26 não têm mais a paridade, que é manter sempre dois blocos de todos os anos, em todos os turnos de funcionamento. Quando os blocos foram instituídos, a adesão das escolas a esta forma de organização era condição obrigatória.
“Sem essa condição, ou seja, a oferta com paridade, a escola não tem como garantir a continuidade dos estudos nas disciplinas que o estudante vinha cursando no turno de origem, em caso de transferência. Isso pode provocar desinteresse no estudante para continuar seus estudos”, explicou a coordenadora do Ensino Médio, Marly Albiazzetti Figueiredo.
A paridade permite que o estudante tenha a garantia de estudar as mesmas disciplinas que estava no bloco, sem precisar esperar o início de outro semestre. “Além de irregularidade no ensino em blocos, pois a paridade é condição para essa oferta, o prejuízo pedagógico dos estudantes é grande neste tipo de organização. Quando ele reprova ou pede transferência para uma escola com turma regular, a dificuldade de se adequar à nova organização dos conteúdos será muito grande”, disse Marly.
Existe um número elevado de transferências entre médio organizado por bloco para o anual e vice-versa. Isso dificulta a vida escolar do estudante, principalmente nas escolas que não ofertam paridade. Também há várias transferências de estudantes durante o semestre, de um turno para o outro, e se a escola não oferecer paridade, o estudante sofrerá prejuízos pedagógicos.
O Colégio Estadual do Paraná cessou a oferta do ensino médio em bloco em 2011. A medida foi tomada após um pedido de professores e estudantes da escola. “Como houve uma concentração das aulas em um semestre, algumas atividades pedagógicas, principalmente a leitura de obras literárias com um acompanhamento adequado, por exemplo, foram prejudicadas”, salientou a diretora do colégio, Laureci Schmitz.
O estudante Wesley dos Santos Pinto se matriculou no ensino médio por bloco e acabou saindo na metade do segundo ano. Atualmente ele está matriculado em um colégio que só oferta ensino médio regular. “Não me adaptei. Achei que poucas matérias seria mais fácil de estudar, mas era muito puxado, com vários trabalhos por semana”, disse.
ESTUDO - Antes da decisão, a Secretaria da educação estudou as taxas de aprovação, reprovação e evasão em 2012 e 2013 das escolas sem paridade nos blocos. Foram analisados resultados por escolas, núcleos regionais e o geral do Estado. A taxa geral de reprovação nestas escolas é de quase 5% nos dois anos, praticamente a mesma das escolas de ensino médio que têm série anual. O número de estudantes desistentes está acima da média do ensino médio regular.
Estudos da Coordenação de Planejamento e Avaliação da Seed também apontaram que não há diferença de aproveitamento de estudos entre os estudantes que terminam o ensino médio por bloco e os do ensino médio regular. Os dados vêm do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep).
No entanto, o que mais chamou a atenção é o alto índice de desistência e de transferência dos estudantes das escolas com blocos: as desistências foram de 12,96%, em 2012, e de 11,15%, em 2013. As transferências chegaram 10,38%, em 2012, e 11,63%, em 2013. No Núcleo Regional de Pato Branco, por exemplo, a taxa de transferência de estudantes chegou a 20,25 %, em 2012, e 17,74%, em 2013.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES – Segundo a Secretaria da Educação é possível perceber que não houve melhoria nos dados de aprovação, reprovação, evasão e transferências do ensino médio por bloco em relação ao ensino médio regular. Ainda há um aumento do número de reclassificação para estudantes reprovados e um dos blocos semestrais.
Existe uma dificuldade na continuação de estudos para os estudantes que terminam a série na metade do ano na organização por blocos semestrais e fazem matrícula, e transferem-se no segundo semestre para a organização anual, uma vez que não pode haver conclusão de duas séries anuais no mesmo ano letivo. Dessa forma, pode acontecer um atraso na trajetória escolar do estudante que conclui o ano no primeiro semestre letivo.