Estímulo à leitura durante Semana da Biblioteca 07/10/2014 - 16:20
Para comemorar a Semana da Biblioteca e da Cultura do Paraná, que acontece de 6 a 10 de outubro, o Colégio Estadual Professor Brasílio Vicente de Castro, em Curitiba, dará início a um novo projeto de leitura. Os alunos, que contam com um redário localizado em um pequeno bosque nos fundos da escola para ler livros, agora ficarão responsáveis por produzir fichas com resenhas de obras lidas e um pequeno texto de incentivo à leitura da obra. As fichas serão afixadas nos corredores da escola para que todos possam lê-las.
Os alunos leitores também participarão, uma vez por mês, do sorteio de um livro. “Há muitos alunos que adoram ler. Sempre vão à biblioteca”, afirmou a professora de Língua Portuguesa Rosângela Borges, que há sete anos atua na instituição. A professora, que semanalmente leva uma sacola de livros para os estudantes escolherem o título que querem ler, mencionou a importância da leitura para a aprendizagem. “Os alunos ficam mais desinibidos, adquirem mais vocabulário e escrevem melhor”.
O incentivo à leitura deu certo. Houve aumento de empréstimos na biblioteca e os alunos sempre comentam sobre o que leram. Um exemplo é José Francisco de Couto Neto. Ele conta que as aulas no redário despertaram a vontade de ler mais. “É uma aula diferente. Aprendo muito e compartilho essa experiência com a minha família”, disse o aluno.
Outra escola de Curitiba que também aposta em atividades diferenciadas de leitura é o Colégio Estadual Dom Orione. Há 15 anos, são reservados 25 minutos diários para que alunos, professores, gestores e funcionários possam ler. “O silêncio toma conta da escola”, afirmou a pedagoga Claudine Gomes Bubiniak, que há 20 anos trabalha no colégio.
Ela explicou que de segunda a quinta-feira a leitura é orientada e na sexta, livre. A escola conta ainda com um “canto” de leitura próxima ao pátio. Para as alunas Eduarda Klasa e Alanis Leite, o projeto auxilia na produção escrita e ajuda na concentração. “Deveria ser maior o tempo de leitura. Quando começo a ler, não quero parar. Quero saber o que vai acontecer”, comentou Alanis, que só neste ano já leu aproximadamente 25 livros.
A aluna comentou ainda que o projeto é levado a sério. “Ninguém finge que está lendo”. Segundo Claudine, o projeto já formou vários leitores assíduos e deixa saudade em ex-alunos. A escola, que já recebeu visita de autores de obras lidas pelos alunos, irá promover, de 13 a 16 de novembro, uma semana cultural literária.
INTERIOR - Na Escola Estadual São José, em Cambé (Norte), os estudantes também são incentivados a adquirirem o gosto por ler. Além de participarem da oficina de leitura que ocorre no contraturno, eles levam, todos os fins de semana, sacolas com livros para casa. A ação faz parte do projeto Valorizando a Leitura em Família e tem como foco os momentos de interação cultural em casa. A seleção é variada, para agradar gostos e idades: livros de diversos gêneros, revistas e gibis.
As alunas Beatriz Borges e Julia Oliveira de Carvalho aprovam o projeto. Beatriz, que vai começar a ler Dom Casmurro, obra de Machado de Assis, contou que o gosto pela leitura começou em casa, com o incentivo da família. “Meu pai sempre lia para mim quando era pequena”.
“É muito bom ler em família”, comentou Julia. Cristiane Augusta de Oliveira, mãe de Julia, também acredita que o hábito de ler deve ser estimulado na escola e em casa, para que a pessoa aprenda que ler é algo importante e prazeroso. “Não tive esse incentivo quando jovem e hoje tenho dificuldades decorrentes da falta de leitura”, comentou Cristiane, que cursa Engenharia Civil.
Nesta quinta-feira (9), a escola irá receber o Dr. Léo Pires Ferreira, membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina e estudioso da obra de Monteiro Lobato, para conversar com os alunos. Ferreira ministra palestra em escolas de todo o Paraná com o objetivo de divulgar a obra do autor e desenvolver a cidadania.
A escola irá inaugurar ainda a Biblioteca do professor, um espaço com acervo direcionado exclusivamente aos docentes. “No final do ano, haverá uma premiação para o professor que mais ler”, relatou a diretora da escola, Aparecida de Fátima Mandelli.
“A motivação para leitura faz diferença. O jovem que lê será bom escritor, saberá se expressar melhor e conseguirá ler o mundo”, afirmou Fátima. Opinião compartilhada por Edinei Mlenek, diretor do Colégio Estadual Eleotério Fernades de Andrade, em Quitandinha (Região Metropolitana de Curitiba).
Para Edinei, o aluno que não é bom leitor terá dificuldades em outras áreas do conhecimento. Para incentivar os alunos a lerem mais, o colégio promoveu dramatizações de obras e a 3ª edição da Feira Literária, que aconteceu em setembro e reuniu mais de três mil visitantes.
Em Ibaiti (Norte Pioneiro) não é diferente. Alunos do Colégio Estadual Antônio Martins de Mello se encontram duas vezes na semana para uma roda de leitura. Eles participam de contação de histórias, dramatizações e ilustrações das obras lidas. O figurino utilizado é feito com materiais alternativos. Durante esta semana, o grupo irá se apresentar em escolas municipais da região, com a peça “A bela desadormecida”. Eles também já mostraram seu trabalho em encontros do Grêmio Estudantil e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais da cidade.
De acordo com Ivanilde Santos, responsável pelo projeto na escola, a leitura aguça a criatividade, desperta a sensibilidade e liberta a mente. “O contato com livros é fundamental. Os encontros são momentos prazerosos que proporcionam aos alunos interpretar as histórias e conhecer diferentes pontos de vista sobre determinado texto”.
No Colégio Estadual Vinicius de Moraes, em Colombo (Região Metropolitana de Curitiba), os professores também veem na dramatização de obras uma oportunidade de alavancar a leitura. Os alunos estudam e dramatizam as obras do poeta e compositor que deu nome ao colégio, realizando apresentações em diversos lugares. “Para produzirem as peças teatrais, os alunos precisam estudar, ler sobre o assunto a ser dramatizado, buscar referenciais teóricos”, explicou a professora de Artes Simone Cardoso de Moraes.
Segundo ela, é importante o aluno frequentar a biblioteca, que deve ser um espaço atrativo e de interação. “A biblioteca é o coração da escola. Temos de motivar toda a comunidade escolar a ler com frequência. Queremos tornar o Paraná um estado de leitores”, afirmou o professor de Língua Portuguesa e integrante da Caravana da Poesia Antônio Navarro.
AÇÕES ESTADUAIS - Para incentivar e promover no espaço escolar a leitura de textos foi criada, em 2012, a Caravana da Poesia, um projeto da Secretaria de Estado da Educação que leva às escolas da rede estadual atividades literárias, culturais e artísticas sobre um escritor escolhido. Neste ano, o contemplado foi o paranaense Paulo Leminski.
“O objetivo é contribuir para a formação de leitores ativos e reflexivos e mobilizar a comunidade escolar para conhecer a obra de Leminski”, comentou Daniel Faria, um dos integrantes da Caravana. Daniel explicou que durante o primeiro semestre, os professores dos estabelecimentos de ensino do Paraná foram motivados a contemplar nos planos de trabalho a produção artística do poeta e compositor Paulo Leminski, com a finalidade de favorecer o processo de significação, interpretação e releitura de suas obras, nas diversas formas de expressão cultural e áreas do conhecimento, de forma integrada e multidisciplinar.
Neste mês, alunos dos Núcleos Regionais de Educação visitados pela Caravana participam do Festival Regional Paulo Leminski, em que os estudantes realizam apresentações de trabalhos de artes plásticas sobre o escritor e suas obras. Os trabalhos selecionados serão expostos em novembro no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
“Estamos despertando o aluno não só para a obra de Leminski, mas para a produção de outros autores, inspirando estes estudantes a produzirem a sua própria obra”, comentou Áurea Leminski, uma das filhas do artista.
De acordo com o coordenador de Estudos e Pesquisas Educacionais da Secretaria de Educação, Renê Wagner Ramos, a leitura transforma as pessoas. “Se existe na educação um ato revolucionário, é o ato de ler, pois permite a libertação da ignorância. A leitura possibilita alcançar novos horizontes, amplia a visão de mundo. Ela deve ser base do processo educativo”.
Para ampliar ainda mais o acesso à informação, está sendo finalizada a implantação do sistema de informatização das bibliotecas das escolas da rede estadual. O objetivo é formar um sistema integrado onde seja possível localizar o material desejado em qualquer escola. A integração das bibliotecas permitirá ainda fazer um diagnóstico das necessidades das escolas por meio de relatórios de empréstimos do acervo e intervir com capacitações personalizadas para cada realidade.
Os alunos leitores também participarão, uma vez por mês, do sorteio de um livro. “Há muitos alunos que adoram ler. Sempre vão à biblioteca”, afirmou a professora de Língua Portuguesa Rosângela Borges, que há sete anos atua na instituição. A professora, que semanalmente leva uma sacola de livros para os estudantes escolherem o título que querem ler, mencionou a importância da leitura para a aprendizagem. “Os alunos ficam mais desinibidos, adquirem mais vocabulário e escrevem melhor”.
O incentivo à leitura deu certo. Houve aumento de empréstimos na biblioteca e os alunos sempre comentam sobre o que leram. Um exemplo é José Francisco de Couto Neto. Ele conta que as aulas no redário despertaram a vontade de ler mais. “É uma aula diferente. Aprendo muito e compartilho essa experiência com a minha família”, disse o aluno.
Outra escola de Curitiba que também aposta em atividades diferenciadas de leitura é o Colégio Estadual Dom Orione. Há 15 anos, são reservados 25 minutos diários para que alunos, professores, gestores e funcionários possam ler. “O silêncio toma conta da escola”, afirmou a pedagoga Claudine Gomes Bubiniak, que há 20 anos trabalha no colégio.
Ela explicou que de segunda a quinta-feira a leitura é orientada e na sexta, livre. A escola conta ainda com um “canto” de leitura próxima ao pátio. Para as alunas Eduarda Klasa e Alanis Leite, o projeto auxilia na produção escrita e ajuda na concentração. “Deveria ser maior o tempo de leitura. Quando começo a ler, não quero parar. Quero saber o que vai acontecer”, comentou Alanis, que só neste ano já leu aproximadamente 25 livros.
A aluna comentou ainda que o projeto é levado a sério. “Ninguém finge que está lendo”. Segundo Claudine, o projeto já formou vários leitores assíduos e deixa saudade em ex-alunos. A escola, que já recebeu visita de autores de obras lidas pelos alunos, irá promover, de 13 a 16 de novembro, uma semana cultural literária.
INTERIOR - Na Escola Estadual São José, em Cambé (Norte), os estudantes também são incentivados a adquirirem o gosto por ler. Além de participarem da oficina de leitura que ocorre no contraturno, eles levam, todos os fins de semana, sacolas com livros para casa. A ação faz parte do projeto Valorizando a Leitura em Família e tem como foco os momentos de interação cultural em casa. A seleção é variada, para agradar gostos e idades: livros de diversos gêneros, revistas e gibis.
As alunas Beatriz Borges e Julia Oliveira de Carvalho aprovam o projeto. Beatriz, que vai começar a ler Dom Casmurro, obra de Machado de Assis, contou que o gosto pela leitura começou em casa, com o incentivo da família. “Meu pai sempre lia para mim quando era pequena”.
“É muito bom ler em família”, comentou Julia. Cristiane Augusta de Oliveira, mãe de Julia, também acredita que o hábito de ler deve ser estimulado na escola e em casa, para que a pessoa aprenda que ler é algo importante e prazeroso. “Não tive esse incentivo quando jovem e hoje tenho dificuldades decorrentes da falta de leitura”, comentou Cristiane, que cursa Engenharia Civil.
Nesta quinta-feira (9), a escola irá receber o Dr. Léo Pires Ferreira, membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina e estudioso da obra de Monteiro Lobato, para conversar com os alunos. Ferreira ministra palestra em escolas de todo o Paraná com o objetivo de divulgar a obra do autor e desenvolver a cidadania.
A escola irá inaugurar ainda a Biblioteca do professor, um espaço com acervo direcionado exclusivamente aos docentes. “No final do ano, haverá uma premiação para o professor que mais ler”, relatou a diretora da escola, Aparecida de Fátima Mandelli.
“A motivação para leitura faz diferença. O jovem que lê será bom escritor, saberá se expressar melhor e conseguirá ler o mundo”, afirmou Fátima. Opinião compartilhada por Edinei Mlenek, diretor do Colégio Estadual Eleotério Fernades de Andrade, em Quitandinha (Região Metropolitana de Curitiba).
Para Edinei, o aluno que não é bom leitor terá dificuldades em outras áreas do conhecimento. Para incentivar os alunos a lerem mais, o colégio promoveu dramatizações de obras e a 3ª edição da Feira Literária, que aconteceu em setembro e reuniu mais de três mil visitantes.
Em Ibaiti (Norte Pioneiro) não é diferente. Alunos do Colégio Estadual Antônio Martins de Mello se encontram duas vezes na semana para uma roda de leitura. Eles participam de contação de histórias, dramatizações e ilustrações das obras lidas. O figurino utilizado é feito com materiais alternativos. Durante esta semana, o grupo irá se apresentar em escolas municipais da região, com a peça “A bela desadormecida”. Eles também já mostraram seu trabalho em encontros do Grêmio Estudantil e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais da cidade.
De acordo com Ivanilde Santos, responsável pelo projeto na escola, a leitura aguça a criatividade, desperta a sensibilidade e liberta a mente. “O contato com livros é fundamental. Os encontros são momentos prazerosos que proporcionam aos alunos interpretar as histórias e conhecer diferentes pontos de vista sobre determinado texto”.
No Colégio Estadual Vinicius de Moraes, em Colombo (Região Metropolitana de Curitiba), os professores também veem na dramatização de obras uma oportunidade de alavancar a leitura. Os alunos estudam e dramatizam as obras do poeta e compositor que deu nome ao colégio, realizando apresentações em diversos lugares. “Para produzirem as peças teatrais, os alunos precisam estudar, ler sobre o assunto a ser dramatizado, buscar referenciais teóricos”, explicou a professora de Artes Simone Cardoso de Moraes.
Segundo ela, é importante o aluno frequentar a biblioteca, que deve ser um espaço atrativo e de interação. “A biblioteca é o coração da escola. Temos de motivar toda a comunidade escolar a ler com frequência. Queremos tornar o Paraná um estado de leitores”, afirmou o professor de Língua Portuguesa e integrante da Caravana da Poesia Antônio Navarro.
AÇÕES ESTADUAIS - Para incentivar e promover no espaço escolar a leitura de textos foi criada, em 2012, a Caravana da Poesia, um projeto da Secretaria de Estado da Educação que leva às escolas da rede estadual atividades literárias, culturais e artísticas sobre um escritor escolhido. Neste ano, o contemplado foi o paranaense Paulo Leminski.
“O objetivo é contribuir para a formação de leitores ativos e reflexivos e mobilizar a comunidade escolar para conhecer a obra de Leminski”, comentou Daniel Faria, um dos integrantes da Caravana. Daniel explicou que durante o primeiro semestre, os professores dos estabelecimentos de ensino do Paraná foram motivados a contemplar nos planos de trabalho a produção artística do poeta e compositor Paulo Leminski, com a finalidade de favorecer o processo de significação, interpretação e releitura de suas obras, nas diversas formas de expressão cultural e áreas do conhecimento, de forma integrada e multidisciplinar.
Neste mês, alunos dos Núcleos Regionais de Educação visitados pela Caravana participam do Festival Regional Paulo Leminski, em que os estudantes realizam apresentações de trabalhos de artes plásticas sobre o escritor e suas obras. Os trabalhos selecionados serão expostos em novembro no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
“Estamos despertando o aluno não só para a obra de Leminski, mas para a produção de outros autores, inspirando estes estudantes a produzirem a sua própria obra”, comentou Áurea Leminski, uma das filhas do artista.
De acordo com o coordenador de Estudos e Pesquisas Educacionais da Secretaria de Educação, Renê Wagner Ramos, a leitura transforma as pessoas. “Se existe na educação um ato revolucionário, é o ato de ler, pois permite a libertação da ignorância. A leitura possibilita alcançar novos horizontes, amplia a visão de mundo. Ela deve ser base do processo educativo”.
Para ampliar ainda mais o acesso à informação, está sendo finalizada a implantação do sistema de informatização das bibliotecas das escolas da rede estadual. O objetivo é formar um sistema integrado onde seja possível localizar o material desejado em qualquer escola. A integração das bibliotecas permitirá ainda fazer um diagnóstico das necessidades das escolas por meio de relatórios de empréstimos do acervo e intervir com capacitações personalizadas para cada realidade.




















