Estudantes desenvolvem projetos de iniciação científica 10/03/2014 - 16:49

Alunos do curso técnico em Meio Ambiente do Colégio Estadual Paulo Leminski, de Curitiba, já estão em contato com pesquisas científicas e produção de conhecimento específico. Normalmente, eles só teriam essa possibilidade após concluírem o curso técnico e ingressarem em graduações ou pós-graduações.

Os trabalhos desenvolvidos por um grupo de 60 alunos já ganhou destaque nacional dentro da Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec ), que acontece todos os anos em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. A mostra tem o apoio e investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em 2012 o trabalho apresentado pelos alunos foi o projeto de micropropagação in vitro de orquídeas. No ano passado foi apresentado o projeto polinizando saberes, que utiliza abelhas sem ferrão. Em outubro deste ano, os alunos vão representar o colégio, novamente, com o projeto sobre as orquídeas.

A professora Claudemira Vieira Gusmão Lopes, que dá aulas de biologia e gestão de recursos naturais, explicou que além desses dois projetos de iniciação científica, neste ano terá início o projeto de paisagismo, para revitalizar o espaço interno da escola. “Os alunos descobriram um artigo que diz que quando você estuda ou trabalha num local bonito você é mais feliz”, disse a professora.

Todos os alunos participam de forma voluntária, no período de contraturno escolar. Alguns cuidam dos laboratórios como estagiários, como é o caso da aluna Amanda Graciano, de 16 anos, do 2.º ano. Ela estuda pela manhã e uma vez por semana vai até o laboratório do colégio para organizar o local, semear e cuidar das plantas. “Estamos muito empenhados no projeto”, afirmou Amanda, que escolheu fazer o curso técnico para ter mais opções no futuro. “É bom para termos um caminho já traçado, um futuro meio certo. Melhor do que sair do ensino médio sem saber o que fazer”, explicou.

ABELHAS SEM FERRÃO - O aluno Halef Chehade dos Santos (17) do 3.º ano, participa do projeto de abelhas sem ferrão. Ele pretende fazer o vestibular para gestão ambiental quando terminar o curso técnico e a iniciação científica pode deixar esse caminho mais fácil. “Essa é uma experiência que vou levar para o resto da vida. Quando se fala em estudos, todo o conhecimento é importante”, afirmou. Halef fala com entusiasmo sobre o trabalho que desenvolve no colégio. “O nosso projeto é para usar as abelhas como instrumento de educação ambiental para outros alunos. Mostrar a importância das abelhas para o cuidado com o meio ambiente”, conta ele.

Débora Jensen Barbosa (16) estuda na mesma turma de Halef e também participa do projeto das abelhas sem ferrão e é também entusiasmada. “As abelhas são responsáveis pela vegetação nativa. Sem elas não teríamos flores e frutos bons. Muitas pessoas não sabem a importância que as abelhas têm para o meio ambiente”, afirma.

A professora Claudemira Lopes disse que desde o início dos projetos, em 2011, notou várias mudanças nos alunos que participam dos trabalhos. “Eu percebo um crescimento muito interessante que vai além dos conhecimentos de sala de aula. Eles ficam mais comunicativos e têm mais desenvoltura para fazer novos contatos”, afirmou Claudemira.

A professora explicou que os trabalhos de iniciação científica podem fazer diferença para os alunos, principalmente para quem quiser fazer uma graduação após concluir o curso técnico. “Já vão entrar no ensino superior sabendo elaborar um projeto de pesquisa, como colocar em prática um experimento, coletar os dados, trabalhar as estatísticas e produzir um relatório final, que é o trabalho de conclusão do curso de graduação, definiu.

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