O agente educacional Edevaldo Pereira da Silva, da Escola Estadual do Campo José Ferreira Diniz, de Cruzmaltina (região Norte Central) é o destaque da iniciativa História de Vida, da Secretaria da Administração e da Previdência. A ideia é retratar as realizações de servidores ativos e aposentados também fora do serviço público.

Confira o texto disponível no Portal do Servidor e enviado por e-mail para todo funcionário público do Paraná:
 

Orgulho Paralímpico

Trabalho, esforço e superação são palavras que se transformam em atitude para Edevaldo Pereira da Silva, servidor público que atua na biblioteca da Escola Estadual José Ferreira Diniz, em Cruzmaltina. Graças a isso, seu nome é muito conhecido em todo o Vale do Ivaí, particularmente depois de ter integrado a Seleção Brasileira nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Competidor na prova de lançamento de dardo - classe F44 (portadores de deficiência do joelho para baixo), foi o único representante brasileiro na sua categoria. A participação rendeu-lhe o 7.º lugar, com a marca de 53,74 metros. A medalha de ouro foi para Trinidad e Tobago, com 57 metros.

ESFORÇO - Casado e pai de dois filhos, Edevaldo nasceu com uma má formação no membro inferior esquerdo, que é mais curto, mas isso nunca foi empecilho para a prática esportiva, principalmente o futebol. Era um centroavante artilheiro. Até ser acometido por uma displasia na perna direita e receber o conselho médico de parar com a carreira futebolística.

Como sempre foi adepto do esporte, logo procurou outra ocupação. Foi assim que, em 2012, conheceu o atletismo. "O médico sugeriu que eu praticasse uma atividade de paradesporto. Dentre as opções, escolhi o lançamento de dardo. Já no primeiro dia de treinamento, fiz um lançamento de mais de 35 metros e não parei mais", entusiasma-se.

Como o lançamento de dardo é uma prova muito técnica, o atleta precisa ter uma rotina puxada de treino. Todos os dias, após o trabalho, dedica-se à preparação física e, duas vezes por semana, viaja para Londrina para aprimorar a parte específica da modalidade, sob orientação de seu treinador.

SUPERAÇÃO - Para participar das competições e ganhar a condição de se hospedar na Vila Paralímpica passou por muitas dificuldades, principalmente financeiras. "Quando eu ia pedir patrocínio, as pessoas falavam que isso não ia dar em nada, que não tinha futuro", diz. "Teve uma vez que precisei dormir escondido no chão de um hotel, mas tudo valeu a pena, olha só onde cheguei."

Orgulho e satisfação reproduzem seus sentimentos sobre a experiência nos jogos do Rio de Janeiro. "É difícil descrever. É uma oportunidade única, ainda mais para alguém que foi desacreditado no esporte, como eu fui. Foi a melhor experiência possível, sobretudo pelo reconhecimento das pessoas. Os moradores fizeram até carreata quando voltei dos jogos", destaca.

Colecionador de muitas medalhas - 92 ao todo - o atleta está sempre em busca de aperfeiçoamento e superação de sua marca. Atualmente é o primeiro colocado no Brasil em sua classe (F44). Conquistou o recorde paranaense, brasileiro e sul-americano, que lhe garantiu a vaga na paralimpíada. Além desta modalidade, também participa de competições no arremesso de disco e lançamento de peso.

TRABALHO - Edevaldo trabalhava como agricultor, profissão herdada do pai. Mas, no ano de 2006, após o incentivo de um amigo, prestou concurso para a Secretaria de Educação, como Agente Educacional I. Em 2007, deixou a lavoura para assumir o cargo. Alguns anos depois, ao contrair a displasia, teve a necessidade de trabalhar sentado. Assim, foi readaptado para a biblioteca da escola.

Atualmente, aos 36 anos de idade, além de conciliar seu tempo entre o trabalho e os treinamentos, é palestrante nas escolas do Vale do Ivaí, abordando temas sobre discriminação e superação. Também está em preparação para buscar uma vaga para o Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico, que acontece em julho deste ano, em Londres, onde espera ultrapassar a sua marca e atingir o índice de 56 metros. Um pouquinho mais distante no tempo, mas já dentro de sua visão e na ponta da mira, a conquista de uma vaga para a próxima paralimpíada, em Tóquio, em 2020.

HISTÓRIA DE VIDA - Os servidores públicos ativos e aposentados e militares da ativa e reformados não têm a vida ligada apenas ao trabalho. Cada um tem uma experiência fora do serviço. O Portal do Servidor publica histórias de servidores que também são artistas, escritores, esportistas, colecionadores, músicos, ou que se dedicam a ações de solidariedade e muitas outras atividades.

Novas histórias de servidores que têm atividades fora do trabalho e que fazem diferença em sua vida pessoal, familiar ou na sociedade precisam ser contadas. Sugestões podem ser enviadas para o e-mail imprensa-seap@seap.pr.gov.br