Permanecer mais tempo na escola despertou o interesse dos alunos do Colégio Estadual Rocha Pombo, em Capanema (Sudoeste), em desenvolver mais projetos voltados para a melhoria do ambiente escolar. Desde o ano passado, o colégio funciona em período integral do 6º ao 9º anos. Com mais horas na escola, os estudantes já apresentaram um melhor desempenho acadêmico e estão mais envolvidos com as atividades propostas pelos professores.

São oito turmas de alunos com idades entre 10 a 14 anos que ficam das 7h, quando chegam para o café da manhã, até as 16h30 na escola. Ao todo são 192 estudantes no período integral, com nove aulas por dia. Além disso, o colégio também tem o ensino médio normal. São 800 estudantes nos três turnos.

Todas as crianças do período integral tomam o café da manhã, almoçam e fazem o lanche da tarde no colégio. Além das 16 disciplinas da grade normal de aulas teóricas, os alunos têm atividades esportivas dentro dos componentes curriculares. A cada três meses o estudante pode fazer três atividades diferentes. As opções são atletismo, vôlei, handebol, basquete, dança, tênis de mesa, jogos e brincadeiras, salto em altura, salto a distância e futsal.

As aulas teóricas são intercaladas com atividades práticas. Ivandra Cornélio, de 11 anos, está no 7º ano e gosta de estudar matemática. Ela afirma que no período integral tem mais tempo para se dedicar aos estudos. “Prefiro ficar aqui na escola. Em casa eu teria que ajudar em outras coisas. Ficando o dia inteiro na escola aprendemos várias coisas novas. Gosto muito de matemática e aqui posso estudar mais”, disse.

Luciano Luiz Theisen, 12, também prefere ficar em tempo integral no colégio. “Aprendemos bem mais do que antes, quando era só meio período. Gosto de fazer as aulas de educação física e as atividades dos componentes curriculares”, afirmou.

De acordo com o diretor Neivor Kesller, os alunos que participam do período integral melhoraram o hábito de ler, além de estar melhores na escrita e na aprendizagem de conteúdos. “Além disso, notamos que cresceu muito a participação destes estudantes nos eventos que a escola participa, como, por exemplo, jogos, festivais e teatros. Os alunos estão mais comprometidos com o colégio”, explicou o diretor.

ENVOLVIMENTO - Quando a prefeitura de Capanema implantou o sistema de coleta seletiva de lixo na cidade, os alunos do ensino integral montaram uma comissão de meio ambiente na escola. Isso foi feito para ajudar na separação do lixo e na conscientização de outros alunos, professores e funcionários.

Para difundir o assunto no colégio foi feito um concurso de oratória com o tema meio ambiente. O evento de premiação reuniu mais de 100 pessoas, entre estudantes, pais, professores e moradores da comunidade. Nove alunos foram premiados com os melhores discursos e toda a população de Capanema e região pode ouvir as mensagens.

A prefeitura transformou em vinheta os discursos dos nove alunos vencedores e divulga diariamente nas rádios da cidade. Isso é feito para conscientizar a população sobre a importância de separar o lixo.

Além de todas as atividades do período integral, os alunos querem ficar mais tempo na escola. “Temos atividades da fanfarra, três projetos de hora-treinamento e a escola fica aberta no fim de semana para atividades esportivas. A escola integral contribuiu muito com o despertar do interesse por novas coisas ou por mais atividades na escola”, definiu o diretor Neivor Kesller.

Na rede estadual, a educação em tempo integral foi implantada em 2013 e gradativamente está sendo ampliada. Atualmente são 28 escolas com essa modalidade de jornada, e mais de mil escolas com atividades de educação integral no contraturno.