Professores de escolas especiais do Paraná terão hora-aula 20/10/2014 - 11:30

Os professores da rede estadual de educação que trabalham nas mais de 400 escolas conveniadas de educação especial terão sua jornada de trabalho contada em hora-aula, com duração de 50 minutos. A medida beneficiará cerca de seis mil profissionais que atendem cerca de 47 mil alunos com deficiência intelectual, múltiplas deficiências e transtornos globais do desenvolvimento em todo o Paraná.

A jornada em hora-aula nas escolas de educação especial é resultado do diálogo com representantes da Federação das Apaes do Estado do Paraná, Federação Brasileira das Instituições Excepcionais (Febiex) e da APP-Sindicato. “A medida implantada pela Secretaria da Educação assegura o cumprimento da jornada de trabalho em hora-aula para esses professores”, disse a diretora o Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional, Marisa Bispo Feitosa.

As instituições debateram e chegaram ao entendimento para que cada escola organize o quadro de horário sem acarretar em mudanças no número de professores que já estão na escola. A jornada em hora-aula precisa assegurar, no mínimo, os 200 dias letivos e as 800 horas previstas na legislação, como ocorre nas escolas estaduais do ensino comum. O prazo para adequação da grade horária vai até o início das aulas em 2015.

No entanto, as escolas já podem modificar as suas grades de horário. É o que acontecerá em novembro na Fundação Ecumênica de Proteção aos Excepcionais que vai implantar um projeto piloto nas suas duas unidades em Curitiba – que atendem quase 400 alunos e conta com 70 professores contratados pelo Estado. “Vamos reorganizar os horários do professor para que ele entre um pouco mais tarde ou saia mais cedo. Vamos ver o que acontece, porque temos que tomar todo o cuidado para que essa mudança não mexa muito na rotina do aluno”, explicou a diretora Dinéia Urbanek Jorge.

Os professores, para respeitar o processo de aprendizagem diferenciado das escolas de educação especial, não terão o dia sem vínculo. “A aprendizagem ocorre de maneira diferente nas escolas especiais, dentro de uma proposta mais interdisciplinar em que o conteúdo formal é trabalhado com o conteúdo funcional. Nós vamos adequar a proposta para que o aluno não tenha prejuízo nesse processo”, disse a diretora Juliana Mendes, da Escola Alternativa, em Curitiba.

Segundo parecer do Conselho Estadual de Educação, é assegurado ao aluno da educação especial um tempo maior com o seu professor. “Na educação especial é preciso respeitar a temporalidade do aluno, ou seja, o tempo que ele precisa para aprender determinado conteúdo. Normalmente os conteúdos são trabalhados dentro de projetos que possuem um cronograma de ações mais amplo”, comentou Marisa Feitosa.

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