Projeto Mãos Amigas já garantiu melhorias em mais de 600 escolas 14/10/2019 - 14:20
O projeto Mãos Amigas, que utiliza a mão de obra de presos para reparos, manutenção e pequenos consertos gera benefícios para a sociedade. Apenas em Curitiba e região, 416 escolas já foram atendidas pela ação e mais de 220 nas demais regiões do Paraná.
O projeto é desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio de parceria entre o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), Secretaria de Estado da Segurança Pública e Departamento Penitenciário (Depen).
SEMIABERTO - O projeto Mãos Amigas utiliza a mão de obra de presos que estejam no regime semiaberto (trabalham ou estudam fora, mas dormem na prisão) para serviços de manutenção, conservação e reparos de unidades escolares e de imóveis do patrimônio público.
Eles fazem desde serviços de pintura e jardinagem até obras emergenciais, como troca de telhas e forros. Além de Curitiba e Região Metropolitana, o Mãos Amigas atende a escolas de Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Guarapuava.
Os presos participantes recebem uma remuneração mensal no valor de R$ 748,50, sendo que 20% ficam guardados em uma poupança sob titularidade do detento e o restante é entregue à família. Além disso, há a progressão de pena: a cada três dias trabalhados, a pena é reduzida em um dia, como prevê a Lei de Execuções Penais de 1984.
Para o coordenador do projeto, Nabor Bettega Júnior, do Instituto Fundepar, a ação ajuda a reinserir o preso no mercado de trabalho. “Eles recebem capacitação e passam a fazer um trabalho de cidadania, indo ao encontro de sua real vocação e habilidades, promovendo participação ativa na sociedade”, conta.
Os números, diz Bettega, confirmam o bom desempenho do projeto. Desde a sua criação em 2012, passaram pelo projeto mais de 600 presos, e o índice de reincidência é zero. “Nunca tivemos reincidência, todos que passaram por aqui conseguiram entrar no mercado de trabalho e geralmente aparecem para agradecer. Os resultados são muito positivos” enfatiza Nabor.
SELEÇÃO – Participam do processo de seleção apenas os presos do regime semiaberto. Dentro desse critério, é feita uma análise de perfil - condenados por pedofilia e estupro são proibidos de participarem. Também é necessário ter um histórico de bom comportamento.
Após essas avaliações, é feita uma entrevista para saber se o preso possui conhecimento técnico dentro dos serviços prestados pelo Mãos Amigas. Caso não tenha, é realizada uma capacitação, pelo próprio projeto, na área de construção, manutenção e pequenos restauros. A orientação é dada pela própria equipe de monitoração, que vai explicando como devem ser feitas as atividades na prática.
NA ESCOLA – Antes de qualquer atividade, Nabor apresenta o programa para o colégio que solicitou os serviços do Mãos Amigas. Após essa apresentação, o trabalho dos presos deve ser aprovado pela comunidade escolar.
A diretora do Colégio Estadual Alfredo Chaves, de Colombo (RMC), Zuleide Simioni, contou que no início a ideia causou preocupação nos pais. “Ao apresentar para os pais quem faria as obras, houve preocupação e não aceitação, mas fizemos explicação sobre como é o projeto e como seriam feitos os trabalhos, e eles concordaram”, disse ela.
Zuleide considera que iniciativa é positiva, pois a escola teve apenas que adquirir os materiais, sem ter que contratar mão de obra. A diretora lembra, ainda, que o acompanhamento e a supervisão realizados pela coordenação do projeto trazem tranquilidade quanto aos trabalhos. “Eles são bem respeitosos, agem com zelo e cuidado, sem contar que o supervisor fica atento a qualquer coisa e está lá para orientá-los”, conta.
VANTAGENS – Boanerges Filho, chefe do setor de Produção e Desenvolvimento do Depen, considera que ações desse tipo são importantes pois os preparam para voltarem à vida em liberdade. Ele explica como o preso começa a trabalhar fora.
“Eles passam por uma avaliação feita por uma Comissão Técnica de Classificação, que é composta por psicóloga, pedagogo, laborterapia, jurídica, segurança e a direção da unidade penal”, explica. “Eles têm a oportunidade de mostrar que estão querendo mudar de vida, além de receber 75% do salário mínimo nacional, e também a redução da pena”.
O projeto é desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio de parceria entre o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), Secretaria de Estado da Segurança Pública e Departamento Penitenciário (Depen).
Além de ajudar na conservação e revitalização desses prédios públicos, o projeto ainda faz a ressocialização dos presos participantes, garantindo duplo benefício: redução da pena e economia na execução de reparos nos prédios públicos - serviços que poderiam levar um longo tempo para serem resolvidos pela escola, já que dependem de licitação e compra de materiais. Com o projeto, podem ser realizados em poucos dias, de forma eficaz e barata.
Eles fazem desde serviços de pintura e jardinagem até obras emergenciais, como troca de telhas e forros. Além de Curitiba e Região Metropolitana, o Mãos Amigas atende a escolas de Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Guarapuava.
Os presos participantes recebem uma remuneração mensal no valor de R$ 748,50, sendo que 20% ficam guardados em uma poupança sob titularidade do detento e o restante é entregue à família. Além disso, há a progressão de pena: a cada três dias trabalhados, a pena é reduzida em um dia, como prevê a Lei de Execuções Penais de 1984.
Para o coordenador do projeto, Nabor Bettega Júnior, do Instituto Fundepar, a ação ajuda a reinserir o preso no mercado de trabalho. “Eles recebem capacitação e passam a fazer um trabalho de cidadania, indo ao encontro de sua real vocação e habilidades, promovendo participação ativa na sociedade”, conta.
Os números, diz Bettega, confirmam o bom desempenho do projeto. Desde a sua criação em 2012, passaram pelo projeto mais de 600 presos, e o índice de reincidência é zero. “Nunca tivemos reincidência, todos que passaram por aqui conseguiram entrar no mercado de trabalho e geralmente aparecem para agradecer. Os resultados são muito positivos” enfatiza Nabor.
SELEÇÃO – Participam do processo de seleção apenas os presos do regime semiaberto. Dentro desse critério, é feita uma análise de perfil - condenados por pedofilia e estupro são proibidos de participarem. Também é necessário ter um histórico de bom comportamento.
Após essas avaliações, é feita uma entrevista para saber se o preso possui conhecimento técnico dentro dos serviços prestados pelo Mãos Amigas. Caso não tenha, é realizada uma capacitação, pelo próprio projeto, na área de construção, manutenção e pequenos restauros. A orientação é dada pela própria equipe de monitoração, que vai explicando como devem ser feitas as atividades na prática.
NA ESCOLA – Antes de qualquer atividade, Nabor apresenta o programa para o colégio que solicitou os serviços do Mãos Amigas. Após essa apresentação, o trabalho dos presos deve ser aprovado pela comunidade escolar.
A diretora do Colégio Estadual Alfredo Chaves, de Colombo (RMC), Zuleide Simioni, contou que no início a ideia causou preocupação nos pais. “Ao apresentar para os pais quem faria as obras, houve preocupação e não aceitação, mas fizemos explicação sobre como é o projeto e como seriam feitos os trabalhos, e eles concordaram”, disse ela.
Zuleide considera que iniciativa é positiva, pois a escola teve apenas que adquirir os materiais, sem ter que contratar mão de obra. A diretora lembra, ainda, que o acompanhamento e a supervisão realizados pela coordenação do projeto trazem tranquilidade quanto aos trabalhos. “Eles são bem respeitosos, agem com zelo e cuidado, sem contar que o supervisor fica atento a qualquer coisa e está lá para orientá-los”, conta.
VANTAGENS – Boanerges Filho, chefe do setor de Produção e Desenvolvimento do Depen, considera que ações desse tipo são importantes pois os preparam para voltarem à vida em liberdade. Ele explica como o preso começa a trabalhar fora.
“Eles passam por uma avaliação feita por uma Comissão Técnica de Classificação, que é composta por psicóloga, pedagogo, laborterapia, jurídica, segurança e a direção da unidade penal”, explica. “Eles têm a oportunidade de mostrar que estão querendo mudar de vida, além de receber 75% do salário mínimo nacional, e também a redução da pena”.
Os participantes do projeto seguem regras e normas rígidas. Não é permitido qualquer contato com pessoas que não sejam do projeto ou do Depen. Eles também são acompanhados por um agente penitenciário em todos os trabalhos. “O agente monitora e, caso perceba que algum preso não esteja cumprindo as regras, este é imediatamente cortado do programa”, cita Nabor. Nesses casos, explica o coordenador, o corte é imediato, mesmo que o detento esteja em horário de trabalho.
Fonte: AENPr