Agenda 21 Escolar conclui mais uma etapa de formação 22/11/2010 - 08:50

A 2ª Etapa de Construção e/ou Implementação da Agenda 21 Escolar se encerrou na última sexta-feira (19) em Curitiba. Foram mais de 100 participantes entre estudantes, professores, pedagogos e diretores de escolas públicas estaduais dos Núcleos Regionais da Capital, Área Metropolitana Norte, Jacarezinho, Wenceslau Braz, Ibaiti, Telêmaco Borba e União da Vitória. O evento foi uma realização da Secretaria de Estado da Educação (SEED) e tem como objetivo discutir a metodologia da construção e implementação da Agenda 21 Escolar nas escolas.
Segundo Katia de Jesus, técnica-pedagógica da equipe de educação ambiental da Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos (Cdec) o evento traz ferramentas que possibilitem a criação da Agenda 21 Escolar nas escolas da rede pública de ensino. “Orientamos para que a escola passe por todas as etapas de construção, como a mobilização, a organização do fórum permanente de discussões, de diagnóstico participativo, de plano de ação e de avaliação”.
A Agenda 21 Escolar é um documento da comunidade escolar. “Por isso neste momento de formação trazemos todos os segmentos desta comunidade para participar interagir neste processo de discussão”. A técnica comentou ainda que a Agenda é uma ferramenta que serve para a escola debater as questões socioambientais e propor, junto com a comunidade, possíveis soluções aos problemas. “A escola não tem o papel de resolver as questões, mas sim de trazer a discussão para o cotidiano escolar, junto aos conteúdos disciplinares, desenvolvendo as parcerias em busca de soluções com ações a curto, médio e longo prazo”.
Na quinta-feira (18), os participantes da etapa realizaram trabalho de campo no Colégio Estadual Divina Pastora, no município de Campo Magro/PR, onde diagnosticaram a realidade socioambiental da escola e da comunidade ao seu redor. “Na parte da tarde foram sistematizados os resultados do diagnóstico, elencando-se as ações prioritárias que deveriam ser realizadas”, disse João Augusto Reque, técnico-pedagógico da equipe de educação ambiental da Cdec.
João ainda comentou que o trabalho realizado com a Agenda 21 Escolar envolve a democracia participativa, uma vez que o aluno tem a oportunidade de exercer sua cidadania, um dos objetivos da educação básica.
Rosângela Menta Mello, professora do curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Wolff Klabin, em Telêmaco Borba contou que os conteúdos apresentados no evento servirão já para o início do ano que vem. “Este trabalho propicia a implantação de ações aproveitando a semana pedagógica, quando são realizadas discussões tanto do projeto pedagógico quanto de projetos que serão realizados durante o ano”.
Segundo a professora, a Agenda 21 é completa porque envolve estudantes, professores e a comunidade num trabalho que reúne todas as disciplinas. “Já realizávamos projetos ambientais no colégio, mas a proposta de se trabalhar com as bacias hidrográficas, apresentada no evento, é inovadora porque consegue congregar vários temas”.
Agenda 21 Escolar – A SEED trabalha a questão da Agenda 21 Escolar desde 2004. Atualmente vem desenvolvendo junto ao Programa de Gestão Ambiental Integrada por Microbacias (PGAIM) o conceito de que a escola está inserida dentro de uma microbacia hidrografica, ocasionando impacto nos rios.
O PGAIM busca integrar políticas públicas em áreas selecionadas para potencializar as ações em relação ao uso, manejo e conservação do solo, água e florestas. O programa é resultado de uma parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recurso Hídricos (SEMA), entre outras instituições.
Eliton Rubens Teixeira da Cruz é estudante do Curso Técnico de Meio Ambiente do Colégio Estadual Túlio de França, em União da Vitória. Para ele, o evento serve também para a sua formação em nível médio. “Estou adquirindo conhecimento sobre temas ligados ao meio ambiente para repassar aos meus colegas do curso”.
Quando voltar a sua escola, Eliton comentou que pretende, junto com o professor que também participa da etapa, realizar um planejamento para implantar a Agenda 21 Escolar que envolva a comunidade. “Seria interessante, por exemplo, fazer uma assembleia e convidar a comunidade para discutir as questões ambientais”. Ele comentou da necessidade de implantação da Agenda devido à poluição que tem atinge o rio Iguaçu , próximo à escola.
O aluno também lembrou que o evento proporciona uma interação com os colegas de outros municípios. “Temos a chance de dividir o conhecimento, porque também aprendemos conversando com os outros estudantes, conhecendo a propostas que cada um tem para sua realidade”.
A implementação da agenda Escolar 21 na educação básica é uma das ações da SEED para orientar as discussões sobre os temas voltados ao meio ambiente, baseadas no conceito de sustentabilidade. A atuação da Agenda é problematizada a partir de diagnósticos que consideram a estrutura e o cotidiano da escola e do seu entorno. Deve ter também um caráter interdisciplinar, relacionado com os conteúdos escolares, de acordo com as diretrizes da educação básica do Paraná.
O evento contou com representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SEMA), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Instituo Ambiental do Paraná (IAP) e ONGs que atuam com o meio ambiente. “A construção das Agendas permite a realização de um trabalho realizado de maneira articulada, integrada, colaborativa e continuada”, afirmou José Luiz Nishihara pinto, coordenador da Divisão de Vigilância sobre o Meio da SESA.
Na semana retrasada ocorreu a etapa em Foz do Iguaçu que reunião participantes dos Núlceos Regionais de Pato Branco, Dois Vizinhos, Laranjeiras do Sul, Francisco Beltrão e Umuarama. Nesta semana acontece em Maringá a última etapa deste semestre envolvendo os Núcleos de Pitanga, Ivaiporã, Paranavaí, Cianorte e Londrina.
A equipe de educação ambiental da Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos (Cdec), vinculada à Diretoria de Políticas e Programas Educacionais (Dppe), é responsável pela realização dos trabalhos que envolvem a Agenda 21 Escolar.
A Agenda 21 é um dos documentos da Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano), uma referência às preocupações voltadas ao desenvolvimento dos países sem prejuízos ambientais e com justiça social a partir do século 21. O Brasil foi um dos 179 países que assinaram o documento. O programa recomenda às nações que promovam uma consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos de acordo com o desenvolvimento sustentável.