Alunos de Ariranha do Ivaí retratam cotidiano da cidade 23/12/2015 - 10:42

Ao longo de 2015 os estudantes do 9º ano do Colégio Estadual Presidente Kennedy, da cidade de Ariranha do Ivaí (Vale do Ivaí), participaram de um projeto diferente, que envolveu tecnologia e muita criatividade. Todos criaram um vídeo, após produzirem suas próprias crônicas.

O trabalho é um projeto da professora de língua portuguesa e inglês Natália Onesko e já é feito há dois anos na escola. Neste ano foram criados 15 vídeos das crônicas que os estudantes fizeram. Os vídeos são feitos pelos próprios alunos, somente o áudio é gravado por um locutor da cidade.

Este mês, as apresentações dos vídeos reuniram toda a comunidade escolar, pais, vizinhos e autoridades da cidade, que tem cerca de 11 mil habitantes. O projeto da professora Natália se chama “Entre o urbano e o rural, a crônica de Rubem Braga na sala de aula” e fez parte do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) dela.

“Trabalho todo o contexto da crônica, as características das crônicas e faço um paralelo entre o urbano e o rural. Como a cidade era antes e o hoje, a realidade de agora”, explicou a professora Natália. O projeto é realizado durante todo o ano, com os conteúdos sendo intercalados.

São feitas leituras e atividades didáticas na sala de aula e no final do ano o aluno faz uma crônica. A escolha do tema é livre. Para fazer o vídeo, os estudantes tiram fotos de acordo com o que escreveram na crônica. Essas são as imagens usadas no vídeo. “É bem gratificante ver que os estudantes se motivam para a produção, mexer com tecnologia. A escrita deles é boa e ficam felizes quando apresentam o trabalho que fizeram. O projeto motiva bastante os alunos para escrita e leitura”, disse a professora.

MAIS LEITURA - Todos os estudantes do 9º ano passaram a ler mais e agora escrevem com um objetivo mais claro. A estudante Bruna Nayara Silva dos Santos disse que participar do projeto foi uma experiência nova, que nunca tinha feito um trabalho como esse.

“A melhor parte é quando você vai tirar as fotos para fazer o vídeo, pois você vê que o seu trabalho já está meio-caminho andado e fica mais animado, mais entusiasmado para fazer seu vídeo logo. O que dá mais trabalho para fazer, na minha opinião, é a crônica porque exige muito. É preciso se esforçar bastante para fazer uma crônica boa e que tenha sentido e emoção”, disse Bruna dos Santos.

A crônica da estudante foi “Conhecendo o poder da leitura”. “Fiz sobre esse tema porque ler é um mundo novo que você acaba conhecendo. Achei que falar sobre livros daria uma boa crônica. E esse ano com esse projeto e muito incentivo da professora me despertei para a leitura, li sete livros e estou muito feliz com esse meu progresso”, definiu.

O aluno Gustavo Petrasse do Nascimento também passou a ler mais após participar do projeto sobre crônicas e vídeos. “O trabalho ajudou em muitos pontos, principalmente na motivação para leitura. Eu fiz a crônica “Um dia de trabalho”. O legal de fazer esse trabalho foi poder retratar um pouco da nossa realidade, mostrar o que gostamos de fazer”, contou.

Gustavo ficou bastante orgulhoso do resultado final do trabalho que realizou. “Uma das questões abordadas na minha crônica é o trabalho do meu pai e tenho orgulho de saber que é um trabalho honesto e digno e é legal poder mostrar para outras pessoas”, definiu.

Em 2016 a professora Natália pretende continuar com o projeto. “A cada ano eu faço inovações e posso ver o que dá para melhorar”, definiu a professora. O Colégio Estadual Presidente Kennedy é um dos destaques do Núcleo Regional de Educação de Ivaiporã.

O colégio ficou em terceiro lugar no Prêmio Gestão CAF do Núcleo de Ivaiporã, por ter uma gestão financeira exemplar. O Prêmio Gestão CAF foi desenvolvido pela Coordenadoria de Apoio Financeiro à Rede Escolar (CAF), da Secretaria de Estado da Educação e faz parte do programa Minha Escola tem Ação (Meta), criado para fortalecer a gestão escolar. O objetivo do prêmio é divulgar as boas gestões e práticas desenvolvidas pelas escolas estaduais.

PDE - O Programa de Desenvolvimento Educacional é uma política inovadora de formação e valorização que possibilita ao professor o afastamento de 100% da função docente no primeiro ano do programa e de 25% no segundo ano, para estudos e elaboração de produções nas universidades.

O objetivo é colaborar para a melhoria da prática pedagógica nas escolas públicas e para direcionar o trabalho das universidades. A nova turma do PDE, que contará com dois mil professores, terá início no primeiro semestre de 2016.

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