O vice-governador Orlando Pessuti assinou nesta quinta-feira (23), em Cianorte, a Carta de Compromisso pela Superação do Analfabetismo no Paraná, dando início a mais uma Caravana da Alfabetização do programa Paraná Alfabetizado, que é desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação. “A meta do Governo para este ano é alfabetizar 100 mil pessoas. Até 2010, queremos erradicar o analfabetismo no Estado”, afirmou Pessuti. No ano de 2008, 85 mil pessoas de todo o Paraná foram atendidas pelo programa.

A Caravana da Alfabetização tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de alfabetizar jovens, adultos e idosos, o projeto percorrerá 22 cidades do Estado, mobilizando mais de vinte mil pessoas. A Caravana tem como meta envolver a população paranaense junto às ações de alfabetização de jovens, adultos e idosos desenvolvidas pelo Programa Paraná Alfabetizado, possibilitando a divulgação, ampliando assim o número de turmas de alfabetização.
Dezessete turmas já estão formadas em 12 municípios da região de Cianorte, com mais de 1,5 mil pessoas. Pessuti destacou que o Governo do Paraná direciona 30% dos valores determinados para investimentos, no orçamento estadual, para a área da educação. “Aplicamos na educação o maior percentual do orçamento de todos os Estados brasileiros”, disse.
Para Pessuti, o Paraná Alfabetizado leva cidadania para as pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar na idade ideal. “Não basta apenas ter um documento de identidade, é preciso saber ler, ler uma Bíblia, um livro, um jornal. A pessoa alfabetizada se sente incluída socialmente, se sente cidadã”, afirmou.
“Estamos demonstrando nossa preocupação e, por isso, vamos desenvolver um trabalho, em conjunto com o Estado e com outros municípios, voltado para o compromisso com a alfabetização. É o Paraná alfabetizado, Cianorte alfabetizada, reduzindo os índices de analfabetos em uma grande e importante campanha”, disse o prefeito de Cianorte, Edno Guimarães.
Para a coordenadora do Paraná Alfabetizado, Izabel Cordeiro Ribas de Andrade, que na cerimônia representou a Secretária de Estado da Educação Yvelise Arco-Verde, o objetivo é unir a população na luta contra esse fator de exclusão. “O analfabetismo é uma das mais cruéis formas de exclusão social nesse país e nós através do Programa Paraná Alfabetizado firmamos publicamente o compromisso por essa superação, proporcionando a escolarização para a população não alfabetizada, garantindo também o direito à cidadania”, disse.
Na região, o trabalho coordenado pelo Núcleo de Educação de Cianorte tem sido feito no sentido da conscientização das pessoas sobre a importância da alfabetização, conforme destacou a chefe do Núcleo Regional de Educação de Cianorte Claudete Jacomini. Ela conta que a ação tem sido positiva. “Começamos em abril a formação das turmas e já temos 1,5 mil alunos. Acho que esse número pode aumentar muito”, comentou.
Uma das pessoas que correu para garantir sua vaga foi Regina Alvelisa Oliveira da Silva, que mora na cidade de Jussara. Com 65 anos de idade, ela vê no programa uma oportunidade de realizar o sonho de aprender a ler e a escrever. “Desde criança sonhava em ir para a escola, mas meu pai não me colocava. Meu marido também nunca me deixou estudar. Agora que estou viúva, aproveitei o programa”, contou.
Assim como Regina, centenas de outras pessoas que participam do Paraná Alfabetizado sentem-se realizadas ao participar do programa, conforme destacou o professor na cidade de Rondon, Ivan do Nascimento Silvestre. “Percebemos que até o cotidiano da pessoa muda a partir do momento em que ela começa a aprender a ler e a escrever. Ela deixa de se sentir isolada das outras pessoas, do mundo, e passa a se integrar à sociedade. É gratificante ver essa mudança e elas ficam muito felizes”, afirmou.
Antes da solenidade Pessuti, prefeitos da região, deputados e outras autoridades, além de alunos e professores das 12 cidades participaram da Caravana da Educação – uma passeata, seguida de carreata no centro da cidade que visam sensibilizar a população para o programa. “Temos uma luta intensa pela frente e esta luta é de todos nós. Conseguimos mostrar isso para as pessoas enquanto estávamos na caravana”, comentou Claudete.