Cerca de 300 pessoas participam do 1º Seminário Estadual das Relações de Gênero e Diversidade Sexual e 4º Encontro Estadual de Educação LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), promovidos pela Secretaria de Estado da Educação em Pontal do Paraná. Os eventos, que vão até sexta-feira (29), servem para discutir o papel da educação para combater a discriminação e o preconceito dessa população que podem acontecer nas escolas.

O principal objetivo dos eventos é garantir à comunidade LGBT o direito a uma educação de qualidade. “Estamos trabalhando conceitos sobre gênero e diversidade sexual, analisando e propondo ações para enfrentar os índices de evasão, abandono e repetência dos sujeitos LGBT”, ressaltou o coordenador da Educação da Educação das Relações de Gênero e Diversidade Sexual, Ricardo Hasper.

“Todas as escolas devem contemplar esses temas (gênero e diversidade sexual) porque nós vivemos com o diferente, somos todos diferentes. Temos nas escolas a comunidade LGBT e precisamos ensinar a comunidade escolar a respeitar e conviver de forma igualitária”, comentou Marla de Oliveira de Almeida, professora de Biologia e Ciências no Colégio Estadual Dom Carlos, em Palmas.

Os professores e pedagogos estão divididos em oficinas nas áreas de Humanas, Biológicas e Exatas. “A proposta é produzir um material com encaminhamentos pedagógicos que atrelem os conteúdos das disciplinas á questões de gênero e diversidade sexual”, explicou a técnica do Núcleo Regional de Educação de Guarapuava, Andréia Bandeira.

Os funcionários também participam das discussões sobre os temas uma vez que estão presentes em muitos espaços escolares como a secretaria, biblioteca ou pátio. “O funcionário também participa da formação do aluno, ele precisa se sentir parte do processo como educador. E entender que também é responsável por atitudes de combate ao preconceito e à discriminação”, disse Edvar Robson, responsável pela oficina com os funcionários.

DIRETRIZES – Todos os trabalhos realizados nos eventos servem para a elaboração das diretrizes curriculares de gênero e diversidade sexual da educação do Paraná. O documento, que deverá ficar pronto em 2014, servirá de subsídio para as atividades pedagógicas dos profissionais da educação em todas as escolas da rede estadual.

“É um momento histórico, esse documento é um marco para o Paraná e para todo o Brasil. O Estado é pioneiro nessa discussão de gênero e diversidade sexual e há muito desenvolve políticas públicas na formação de professores e professoras”, destacou Jimena Furlani, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Jimena ainda comentou que as maiores dificuldades sobre os debates de gênero e diversidade sexual está na formação inicial dos professores e por que a temática é bastante polêmica “Não é a mesma discussão como ecologia, meio ambiente ou educação para o trânsito, é um campo do conhecimento muito envolto com questões morais e de ordem particular que requer uma formação permanente”, afirmou.