Encontro discute ações para trabalho com alunos surdos 08/09/2011 - 08:10
O setor de Educação Especial - Área da Surdez do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Paranaguá promoveu, na última semana, um encontro com professores de Língua Portuguesa, Matemática e pedagogos da Rede Estadual de Ensino de 11 escolas inclusivas para discutir ações pedagógicas para o trabalho com alunos surdos. O encontro teve como tema “Educação bilíngue para surdos: repensando metodologias de ensino na escola comum”. Em outubro está previsto outro encontro para capacitar os professores das demais disciplinas. Atualmente, o Núcleo de Paranaguá atende 73 alunos surdos em escolas de ensino comum.
A coordenadora técnico-pedagógica da Área da Surdez, Gisele Cuch Staniscia, esclareceu que o objetivo foi capacitar pedagogos e professores que atuam no ensino comum e trabalham com alunos surdos, discutindo metodologias de ensino específicas a esses estudantes. “Para os alunos com deficiência auditiva, a Língua Portuguesa funciona como se fosse uma segunda língua. Daí a importância de capacitar os profissionais do ensino comum para trabalhar de forma mais adequada possível com esse público”, esclareceu.
O encontro apresentou sobre a percepção da importância e do respeito ao bilinguismo. “Foram realizadas oficinas com esses profissionais para troca de experiências dos trabalhos que estão sendo feitos nas escolas. A inclusão do aluno surdo é um grande desafio, pois requer mudanças na situação linguística da escola, que deixa de utilizar apenas a língua portuguesa, para ser bilingue. Isso implica numa mobilização de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem”, explicou a palestrante Sueli Fernandes. Ela é doutora em Linguística e defende que os professores devem aprender a cultura surda e que os intérpretes também devem ser capacitados para atuar em diferentes áreas do conhecimento.
Para pedagogos e professores, a preocupação ao se trabalhar com alunos surdos é verificar se o trabalho pedagógico corresponde às expectativas desses alunos. “Na escola temos quatro alunos com deficiência auditiva. Temos que buscar uma melhor qualidade de ensino para esses alunos, pensando alternativas para dinamizar as relações dialógicas entre professor ouvinte e aluno surdo”, comentou a pedagoga Irma Sanchez Valera dos Santos, do Colégio Estadual Sertãozinho, em Matinhos.
Para a professora de Língua Portuguesa Michella Freitas, do Colégio Estadual Carmen Costa, em Paranaguá, encontros como esses são motivadores. “É muito bom aprender e ouvir as trocas de experiências. Sempre admirei o trabalho dos intérpretes de Libras. Acredito que a partir de agora poderei realizar uma intervenção pedagógica mais eficaz e avaliar melhor os alunos. As sementes foram semeadas, agora resta regar as flores!’’, afirmou.