Escola de educação especial Lucy Requião realiza eleição para diretor 30/11/2010 - 13:00

A gestão democrática é um dos princípios adotados pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) para as escolas da rede pública de ensino. Na Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião de Mello e Silva não foi diferente. Pela primeira vez professores, funcionários e a comunidade escolar puderam escolher pelo voto direto quem ocupa o cargo da Direção. Com quase 90% dos votos, a pedagoga Edimara das Graças Aguirre Zanocini foi eleita diretora.
Segundo ela, o resultado da eleição é consequência do trabalho que tem sido feito pelo Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional (DEEIN) em conjunto da equipe da escola desde 2009. “A democracia é um exercício, e isto demonstrou que a comunidade escolar reconheceu o trabalho diferenciado que tem sido realizado por nossa equipe”, comentou Edimara que já ocupava o cargo de diretora.
A expectativa da diretora é reforçar as parcerias existentes entre a comunidade de Santa Felicidade, onde a escola se localiza. “A comunidade precisa conhecer o que estamos fazendo na escola, possibilitando uma aproximação maior”, disse. Também estão nos planos da diretora oferecer apoio clínico aos alunos e aumentar o transporte escolar para ampliar o acesso e o atendimento educacional especializado.
A eleição direta é um processo democrático que representou uma conquista para a educação especial. “Estamos deixando de ser apenas um centro de atendimento e passamos a ser vista como uma escola de educação especial”, ressaltou a professora regente Aline Frassato ao comentar sobre as mudanças que aconteceram na instituição.
Histórico - Inaugurada em 2008, a Escola Lucy Requião é uma das duas escolas estaduais de educação especial do Paraná. São 116 alunos matriculados que apresentam transtornos globais do desenvolvimento e deficiência intelectual. Os interesses e atividades são restritos e repetitivos, o que dificulta o acompanhamento das atividades curriculares. São alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil e que apresentam alterações nas interações sociais e na comunicação. O Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Júnior é a outra instituição pública estadual de educação especial.
Democracia – Segundo Angelina Matiskei, chefe do DEEIN, o resultado das eleições pode simbolizar uma mudança na participação da comunidade em relação à educação especial. “É um momento de maturidade muito importante porque sinaliza este processo democrático para toda educação especial”, destacou.
Ela ainda lembrou que esta é a primeira eleição realizada por uma escola estadual de educação especial que, a exemplo do ensino regular, consulta a comunidade escolar para escolher o responsável pela condução da escola. “Desde a implantação da escola, buscava-se de fato consolidar este programa com a eleição direta para diretor, uma representação da vontade de um grupo que é um pacto de corresponsabilidade entre as pessoas envolvidas”, ressaltou.
A chefe do DEEIN espera que, com o tempo, outras instituições que oferecem atendimento a alunos especiais se inspirem neste acontecimento e passem a ter como regra a eleição direta para escolha dos seus dirigentes.