Escolas públicas estaduais têm 5,5 mil professores para atender alunos especiais 05/05/2009 - 17:56

As escolas estaduais do Paraná enfrentam com a contratação de professores especializados o desafio da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. A informação é da chefe do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional da Secretaria de Estado da Educação, Angelina Matiskei. “Até 2003 não havia professores especialistas em educação especial em toda a rede estadual. Depois da realização de dois concursos públicos, já são 5.550 professores com a especialização atuando nas escolas. E a previsão é a realização de mais um concurso para o próximo ano”, afirma.
Outra ação pioneira no Paraná foi a contratação de tradutores/intérpretes de Libras – a língua brasileira de sinais, exclusivamente para atender os surdos. A Secretaria da Educação do Paraná realizou um concurso para 193 intérpretes. Segundo Angelina Matiskei, o número só não é maior porque a formação na área requer tempo, já que se trata do aprendizado de uma outra língua, e a oferta de profissionais, além dos já absorvidos pelo concurso, é pequena. “Temos solicitado à Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos que coopere conosco, encaminhando profissionais proficientes na Libras”, diz.
Hoje há 38 mil alunos incluídos na rede pública e 42 mil nas escolas de educação especial da rede conveniada. “É preciso compreender que a inclusão é um processo muito recente e só pode ser feita de forma gradativa, capacitando os professores e a comunidade escolar, através da formação continuada, que é política da Secretaria da Educação desde 2003.”
Os alunos que não apresentam necessidades educacionais especiais também ganham com a presença dos colegas especiais. “O ganho da inclusão supera qualquer argumento contrário à presença dos alunos com necessidades especiais em turmas regulares. É uma experiência de convívio com a diferença, de solidariedade, apoio e empatia. É este tipo de cidadão que o Paraná está formando”, comentou Angelina Matiskei.
A chefe do Deein informou ainda que para ser encaminhado para o atendimento educacional especializado, o aluno tem que passar por avaliação de uma equipe multiprofissional. “Queremos dar à escola uma nova geografia capaz de integrar todos os grupos”, enfatizou. Segundo ela, quando o aluno especial tem dificuldade em acompanhar o conteúdo desenvolvido na classe comum, é encaminhado para apoio pedagógico especializado no contraturno.