Fornecimento de merenda é finalista em prêmio nacional 06/11/2013 - 08:40

O sistema eletrônico desenvolvido pela Secretaria da Educação para compra e controle de alimentos da agricultura familiar é um dos finalistas nacionais da 7.ª Edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013. Desde 2010, a Secretaria faz chamadas públicas pela internet para selecionar cooperativas e associações de produtores para fornecer merenda dos 1,3 milhão de estudantes da rede estadual. Nesta terça-feira (5), a Secretaria recebeu da Fundação Branco do Brasil o certificado de Tecnologia Social. “A ação que está levando mais qualidade na alimentação e estimulando hábitos saudáveis nos alunos também é um fator de geração de renda e de associativismo no Paraná”, avaliou o diretor-geral da Secretaria da Educação, Jorge Eduardo Wekerlin.

A iniciativa do Governo do Paraná está entre as 30 finalistas do prêmio (http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/). No Brasil inteiro foram inscritas 1.011 iniciativas. Destas, 192 foram certificadas como tecnologias sociais e 30 passaram para a fase final. A Secretaria de Estado da Educação concorre na categoria Gestores Públicos. Os vencedores serão conhecidos em 19 de novembro, em Brasília.

O sistema usado para compra dos produtos da agricultura familiar foi desenvolvido em conjunto pela Secretaria da Educação e pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação (Celepar).

INVESTIMENTO – Ao longo de 2013, o Governo do Paraná investe R$ 32 milhões para compra de alimentos da agricultura familiar para a merenda. Foram cadastradas 132 instituições de agricultores familiares no sistema eletrônico de chamada pública. São 83 itens alimentícios de 12 grupos diferentes para a merenda: açúcares, carne e ovos, cereal, feijão, frutas, hortaliças, iogurte e similar, legumes, leite, outros lácteos, panificados e sucos.

Outra grande vantagem da participação de pequenos produtores no fornecimento da merenda é a redução da distância até as escolas. O sistema eletrônico faz a classificação dos agricultores conforme a localização propriedade, o que poupa tempo, gera menos poluição com transporte e garante alimentos frescos.

A tecnologia também permite a classificação entre produtores orgânicos, sazonalidade do produto e produção de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas. Desde 2010, o sistema eletrônico passou por vários aperfeiçoamentos e atualmente é possível buscar informações sobre cada tipo de produto oferecido na merenda escolar no Estado inteiro.

A pesquisa ajuda na logística para levar os alimentos às 2.368 escolas da rede estadual. Em três anos, a quantidade de alimentos da agricultura familiar subiu de 1.885 toneladas para 12.477 toneladas. Os alimentos orgânicos na merenda dos alunos também subiu de 9 toneladas para 2.537 toneladas.

RENDA - O cadastro dos produtores, além de melhorar a qualidade das refeições dos estudantes, ajudou a aumentar a renda dos pequenos agricultores. Esse é o caso da produtora Maria Jacinta Marcovicz, de Prudentópolis, região Central, que há três anos vende frutas e verduras para a merenda. “A renda melhorou bastante e está dando para a gente continuar no campo. Já pude reformar a casa e trocar meu carrinho velho por outro melhor”.

Outro ponto positivo é que os alimentos da agricultura familiar na merenda ajudam a incentivar uma alimentação mais saudável entre os alunos. Essa também é uma das ações da Secretaria de Estado da Educação para reverter o quadro de obesidade e sobrepeso que atinge 25% dos estudantes da rede estadual.

“A utilização dos alimentos vindos da agricultura familiar pelas escolas proporciona maior diversificação nos cardápios, com mais nutrientes e saúde para o desenvolvimento dos alunos”, afirmou a nutricionista e diretora de Infraestrutura e Logística da Secretaria da Educação, Márcia Cristina Stolarski.

Ainda em novembro a Secretaria vai abrir a chamada pública para cadastro de cooperativas e associações de produtores interessados em fornecer alimentos da agricultura familiar em 2014.

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