Funcionários participam de curso e discutem seu papel como educadores 16/04/2009 - 14:50

Cento e sessenta funcionários de escolas estaduais do Paraná participaram do curso de Organização Pedagógica e Administrativa do Trabalho Escolar, em Curitiba, desta terça (14) até esta quinta-feira (16). O curso é parte do programa de formação continuada destinado a todos os funcionários da Secretaria da Educação (Seed), o Prófuncionário. Um dos enfoques do curso foi discutir o papel das pessoas que estão dentro do ambiente escolar também como o de educadores.
“Dentro da escola todos são educadores. Enquanto os pais estão trabalhando, a escola acolhe as crianças e quem está lá tem a função de educar”, disse a professora Maria Abádia da Silva da Universidade de Brasília (UNB), uma das palestrantes do curso. Além dela, o professor Dante Diniz Bessa, da UNIVATES-RS, e o professor Angelo Ricardo de Souza da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também falaram no curso. Eles elaboraram o curso Profuncionário nacional, assumido como compromisso pela Seed.
Maria Abádia, destacou que todas as pessoas dentro do ambiente escolar podem adotar uma atitude educativa em cada ação que desempenha. Outro ponto enfatizado foi o papel da alimentação como elemento educativo criador de hábitos, que deve ser discutido no Projeto Político Pedagógico. Ela ressaltou ainda a importância de discutir o Projeto Político Pedagógico amplamente e com todos os membros da comunidade escolar.
Vera Drehmer, coordenadora do curso, explicou que os participantes atuarão como multiplicadores da formação recebida nos núcleos. “Esperamos que todos os funcionários possam discutir seu papel como educador, que é a concepção pedagógica do nosso plano de carreira”, disse a coordenadora do curso, Vera Dhremer.
O plano, aprovado no ano passado, visa à gestão escolar democrática e a profissionalização dos funcionários nos cinco eixos: alimentação escolar; multimeios; meio ambiente e infra-estrutura; gestão escolar; e interação com educando. Sua implementação formalizou a profissionalização dos funcionários como política pública. A Coordenação de Formação dos Agentes Educacionais (CFAE), criada logo em seguida, promoverá oficinas como primeira ação de formação continuada.
Benjamin Perez Maia, coordenador pedagógico do CFAE, enfatizou a importância de organizar nas escolas as chamadas estâncias colegiadas – grêmio, APMF, conselho escolar, representante de turma, escolhido pelos alunos – que contribuem para a socialização do espaço escolar. “Estamos formando os profissionais numa perspectiva dialógica. A troca de idéias, de informações enriquece e democratiza o ambiente escolar”, disse.
Marcelo Gomes, secretário da Escola Estadual Pilar Maturana, acredita que o processo de modificação é lento, mas que vale a pena. “Sonho com a escola como um espaço democrático onde todos podem opinar como cidadãos, cada um com sua diferença, mas todos com o mesmo direito”.
Para a professora Maria Elisabete Romanini, diretora do Colégio Estadual Costa Viana, em São José dos Pinhais, é necessário que se perceba a escola como um todo. “Precisamos romper paradigmas, valorizar o funcionário dentro do seu espaço, e fazer com que todos percebam que, na escola, todos os espaços são educativos”.