Governador lamenta incidentes provocados pelos black blocs 30/04/2015 - 08:12

O governador Beto Richa lamentou profundamente os graves incidentes ocorridos nesta quarta-feira (29), no Centro Cívico, durante manifestação de professores. Os confrontos foram causados por militantes black blocs que, infiltrados no movimento, atacaram os soldados da Polícia Militar que protegiam a Assembleia Legislativa durante a votação do projeto de reestruturação do sistema de previdência dos servidores públicos estaduais.

“A polícia estava lá por determinação do Poder Judiciário para proteger a sede do Poder Legislativo, uma instituição democrática que não pode ser afrontada no seu direito”, disse o governador, lembrando que em fevereiro a Assembleia havia sido invadida por manifestantes.

Atacados pelos black blocs, que o governador classificou de “arruaceiros e baderneiros”, os soldados tiveram de reagir e dispersar a multidão que cercava as imediações do prédio da Assembleia, na praça Nossa Senhora de Salete. Pelo menos sete militantes foram identificados e detidos pela polícia.

Professores e policiais feridos durante a manifestação receberam os primeiros socorros do Siate, que colocou várias ambulâncias na região, e conduzidos a hospitais da cidade para ser atendidos.

PODER LEGÍTIMO E VOTO POPULAR - “A Assembleia tem 54 deputados que, independente de sua posição partidária ou de seu voto neste projeto, são deputados eleitos pelo voto popular. Eles representam todos os paranaenses e têm o direito de exercer as suas funções sem pressões nem coação”, afirmou o governador.

Richa lembrou que o projeto, elaborado por técnicos da ParanaPrevidência, com acompanhamento do Ministério Público, foi ampla e democraticamente debatido com os representantes do funcionalismo público nos últimos dois meses. Alguns itens da proposta original foram suprimidos a pedido dos servidores e propostas do fórum sindical foram contempladas no texto final enviado à Assembleia Legislativa.

“O projeto foi construído em parceria com os servidores, de forma cautelosa e criteriosa, com estudos atuariais de técnicos independentes e da ParanaPrevidência”, afirmou ele.

O governador ressaltou que o novo plano de custeio da ParanaPrevidência garante a sua sustentabilidade atuarial e financeira no longo prazo (35 anos), com futuros aportes do Estado e dos royalties de Itaipu. Além disso, uma comissão paritária, com participação de representantes dos servidores, analisará ao longo do tempo novas fórmulas de atualização atuarial e financeira da ParanaPrevidência.

Ele lamentou que lideranças sindicais disseminem boatos e mentiras a respeito do projeto para tentar manipular a opinião pública e os professores estaduais.

“O fundo de previdência dos servidores públicos paranaenses será referência nacional por sua solidez e sua sustentabilidade”, acrescentou. "E vamos continuar valorizando os servidores públicos e os profissionais de educação".



Estado abre inquérito para apurar confronto com manifestantes


A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná lamenta o confronto ocorrido nesta quarta-feira (29), em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico, em Curitiba.

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Cesar Vinícius Kogut, desde o início da manifestação dos servidores, a Polícia Militar se reuniu com representantes dos sindicatos para apresentar o esquema de segurança e evitar conflitos. Foi apresentado o perímetro de isolamento onde ficariam policiais e manifestantes, para dar cumprimento à ordem judicial obtida pelo Poder Legislativo. “Foram colocadas grades para evitar o contato físico entre policiais e manifestantes, para que se evitasse o tumulto”.

Imagens divulgadas à imprensa mostram que o confronto teve início quando um grupo dos manifestantes tentou romper a área de isolamento, pulando as cercas e indo de encontro à barreira policial. “A Polícia Militar reagiu à tentativa dos manifestantes de descumprir a ordem judicial ao tentar invadir a Assembleia Legislativa”, afirmou o coronel Cesar Vinícius Kogut.

A PM definiu ainda a abertura de inquérito policial militar para apurar a conduta dos profissionais envolvidos no confronto desta tarde, com o acompanhamento do Ministério Público do Paraná.

Treze pessoas foram detidas pela Polícia Militar, segundo balanço parcial repassado pela corporação, até as 19h30 desta quarta-feira (29). “Entre eles, estariam integrantes de movimentos black blocs, que não são professores, e inclusive com atos violentos identificados em manifestações anteriores”, apontou o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Reis. Com eles, a polícia apreendeu coquetéis molotov, paus, pedras e barras de ferro, afirmou.

Quarenta feridos foram encaminhados aos hospitais Cajuru, Evangélico e do Trabalhador. Pelo menos 20 policiais também tiveram ferimentos. Nem manifestantes nem policiais tiveram ferimentos graves.

A Polícia Civil está conduzindo um inquérito para apurar a participação de outras pessoas que incitaram e deram início ao confronto. Também será requisitada perícia da Polícia Científica no local para verificar danos ao patrimônio.

A Secretaria da Segurança Pública ressalta que, a todo momento, a orientação foi para que se evitasse o confronto.

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