Lançamento do livro marca fim do seminário da EJA 22/11/2013 - 10:39

O último dia do Seminário Estadual de Educação de Jovens e Adultos e Alfabetização, encerrado nessa sexta-feira (22), em Foz do Iguaçu, foi marcado pela sessão de autógrafos do livro “Os sonhos viram realidade”, do alfabetizador João de Oliveira, 67 anos. Em 2004, ele entrou para o Programa Paraná Alfabetizado e atualmente ensina oito pessoas na Escola Municipal Argenede Motta Prodossimo, em Leópolis, Norte Pioneiro.

João é um poeta que se inspira com o momento, que agora pode escrever sobre os mais variados temas da realidade. Esse foi um dos principais motivos que o levaram a participar do programa de alfabetização. “Eu montava os poemas na minha cabeça, e quando voltava para casa eu pedia minha filha ou para minha sobrinha escrever. Eu senti a necessidade de aprender para passar a minhas ideias no papel”, explicou.

Então veio a chance com o Paraná Alfabetizado. “Decidi estudar porque era muito difícil pegar um jornal e só ver as figuras. Descobri que sem a educação não conseguiria andar, sempre ia depender dos outros. A educação foi uma oportunidade, ela é tudo, abriu caminho. Se eu não tivesse me alfabetizado meu livro não sairia”, disse.

Após a alfabetização, seu João terminou os ensinos fundamental e médio e resolveu ajudar outras pessoas. “Eu aceitei o convite para alfabetizar. Foi uma forma de agradecer e contribuir pelas coisas boas que tive na minha vida. Retribuir com um pouco, com uma parcela de tudo que recebi e devolver para alguém que precisa”, comentou.

Seu João vai ajudar ainda mais. Seu livro, que tem uma tiragem de 40 mil exemplares, será distribuído às regionais de educação para ser utilizado como mais um material pedagógico para ajudar na alfabetização de milhares de pessoas.

João não estudou por dois motivos: na época, a escola era longa, e a família era muito pobre. Com oito anos já trabalhava nas lavouras de café no Paraná. Depois vieram a soja e a cana-de-açúcar em São Paulo. “Eu jogava poeira nos meus próprios olhos, nunca estudei. Graças ao Paraná Alfabetizado, eu comecei a enxergar”.

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