Livro Didático Público é destaque em audiência no Congresso Nacional 02/04/2009 - 17:33

O Livro Didático Público do Paraná foi citado como bom exemplo de incentivo à leitura pelo economista Fábio Sá Earp, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante Audiência Pública para avaliar a proposta de Lei do Preço Único para os livros no Brasil, nesta quinta-feira (2) na Câmara dos Deputados, Earp elogiou a iniciativa. “O Paraná tem lançado novas e boas ideias e essa experiência deve ser olhada como muito interesse”, disse.
O economista contou ter se emocionado ao assistir a um documentário produzido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no qual uma professora dizia que ao receber o livro “se sentiu gente”. Ele lembrou ainda que o México e a Índia já realizaram experiências semelhantes, com bons resultados. O deputado federal Marcelo Almeida, do PMDB paranaense, presidiu a Audiência Pública e também enalteceu a iniciativa. “O Paraná vem dando um grande exemplo”, disse.
A Audiência Pública reuniu entidades que representam as livrarias e os editores, para analisar as vantagens e desvantagens da adoção da Lei do Preço Único para a venda de livros no Brasil, além de pesquisadores como Earp. Ele disse não ser possível garantir que os preços cairão com a adoção da Lei, muito menos prever o comportamento do leitor.
Marcelo Almeida disse que a Câmara Federal está cumprindo seu papel ao chamar os interessados no tema para um debate franco e falou da necessidade de estudar melhor a iniciativa antes de aplicá-la no Brasil. “Temos boas referências vindas da Europa, mas precisamos entender que o Brasil tem especificidades, como o tamanho e condições econômicas particulares, como um maior número de pessoas pobres”, afirmou.
Segundo Milena Duchialde, presidente da Associação de Livrarias do Estado do Rio de Janeiro, os livreiros têm sofrido as consequências da falta de regulamentação do preço do livro. Segundo ela, a concorrência de grandes lojas, que vendem não apenas livros como muitos outros produtos, têm feito com que muitas livrarias pequenas fechem as portas. Mauro Koogan, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, relativizou a questão. Para ele, o número de livrarias está relacionado ao tamanho do mercado de livros no Brasil.