O Plano de Ações Descentralizadas melhora o trabalho já realizado pelas escolas em todo o Paraná. Na Escola Estadual do Campo Cristo Rei, em Manoel Ribas (região Central), os projetos que envolvem a leitura e o reforço de aprendizagem receberam um novo estímulo.

Durante o ano, estão programados horários para leitura. Uma vez por semana, alunos, professores e funcionários têm um momento para ler gibis, revistas e livros. Cada um é livre para escolher o que quer ler e até mesmo onde quer ler. “Após uma sondagem, percebemos algumas dificuldades de leitura nos alunos. Verificamos que era preciso um incentivo para que eles despertassem o gosto”, comentou a diretora Albertina Ghizone.

Os professores e funcionários também participam para mostrar que a leitura está presente na vida de todos. “Conseguimos bons resultados. Os alunos têm mais facilidade na interpretação de textos e até mesmo nos trabalhos de oralidade. Muitos também socializam o que leem”, comentou a professora de Geografia, Kelly Simone Schenekemberg.

O aluno, caso queira, ainda pode levar o material que está lendo para casa. “A leitura é muito importante para a aprendizagem. Acho que nós melhoramos diariamente”, disse o aluno do 9º ano do ensino fundamental, Luiz Alfredo Pandolfo, 14 anos, que agora costuma ler um livro antes de dormir.

Sua colega de sala, Fabiana Cristina Domingos, 15 anos, compartilha a ideia. “É bom ver este incentivo que a escola faz. É um hábito que ajuda muito, não apenas para os estudos, mas para a nossa vida”, comentou a aluna que adora ler, principalmente nos dias de chuva.

“ADOÇÃO” - A escola também percebeu, por meio de diagnósticos, que alguns estudantes não tinham o domínio de certos conteúdos básicos para a série nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. A solução foi “adotar” o aluno com dificuldades para acompanhar e ajudar a estudar. Todos os professores aderiram à proposta. Os momentos de aprendizagem podem acontecer a qualquer hora, desde que haja acordo entre professor e aluno.

Os professores produzem materiais didáticos específicos para cada um dos estudantes, sempre com base nos avanços que o aluno tem em relação à aprendizagem. A escola também produz cadernos com os conteúdos que o aluno precisa conhecer. “O que eu percebo é que estou melhorando. As aulas ficam mais fáceis de entender. Aprendemos bastante”, falou o aluno do 8º ano do ensino fundamental, Gabriel Simeoni Nunes, 12 anos.

E para conseguir uma maior participação das famílias, a escola faz torneios esportivos com os pais e alunos, entre outras atividades. Todas as segundas-feiras, a quadra da escola está aberta para a comunidade praticar esportes.

ARTICULAÇÃO - Alguns alunos chegam ao 6º ano do ensino fundamental sem o domínio da leitura, da escrita ou das operações matemáticas básicas. O Núcleo Regional de Educação de Ivaiporã também está atento a essa questão. Algumas ações mais específicas estão sendo realizadas para fortalecer a integração entre as redes estadual e municipal, para melhorar o processo de ensino e de aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental.