Paraná atende estudantes superdotados com políticas de inclusão educacional 04/06/2009 - 17:32

Aproximadamente 254 estudantes com altas habilidades/superdotação são atendidos pelas políticas públicas educacionais de inclusão do Governo do Paraná. Em Curitiba, Londrina, Maringá, Campo Largo e Fazenda Rio Grande existem salas de recursos para atendimento especializado destes alunos. A Secretaria da Educação colocou estas salas em funcionamento com o objetivo de dar suporte pedagógico e desenvolver o enriquecimento extracurricular dos educandos. A previsão é de que mais quatro cidades possam contar com este serviço.
Em Curitiba, a sala de recursos funciona dentro do Instituto de Educação do Paraná e atende 75 estudantes oriundos da rede pública e particular de ensino, os quais, de acordo com o interesse, participam de grupos literários, artísticos ou de pesquisas cientificas. O trabalho com os alunos é ministrado pelas professoras Denise Matos e Paula Sakaguti. As educadoras são especialistas em educacional especial com ênfase em altas habilidades/superdotação, mestrandas em Educação e secretárias do Conselho Brasileiro Para Superdotação.
A professora Denise explica que a superdotação consiste na grande facilidade e rapidez na aprendizagem, que leva o aluno a dominar uma ou mais áreas do conhecimento. Estas áreas podem são nominadas de psicomotora, artística, acadêmica, produtiva/criativa e liderança. Para ela, a escola tem papel fundamental de oferecer estímulo nas diversas extensões, por ser este o espaço, por excelência, do conhecimento. “A família também precisa buscar informações e criar um ambiente adequado para facilitar o desenvolvimento da criança”, salientou.
Segundo Sakaguti, culturalmente há uma concepção de que o aluno superdotado aprende sozinho, no entanto, enfatiza que há necessidade da oferta de atendimento educacional especializado para estes estudantes. “É necessário reconhecer e valorizar o potencial da criança, inclusive do aluno superdotado, senão há o risco de gerar insatisfação e apatia do aluno em relação ao ambiente em que está inserido”, disse.
Metodologia - As atividades desenvolvidas envolvem projetos de aprimoramento extracurricular e são divididas em três categorias: interesse geral, grupos de pesquisa e atividades de produção teórica e prática. “Alguns alunos, depois de orientados, desenvolvem suas potencialidades e conseguem extrapolar as expectativas”, informa a professora Denise. Segundo ela, três alunas, após utilizarem a metodologia empregada na sala de recurso, conseguiram produzir um livro de contos com a ajuda da educadora e, na sequência, escreveram sozinhas um outro livro com estilo literário diferenciado, sendo que desta vez as professoras foram coparticipantes.
Ornitólogos mirins - Os alunos Luis Gustavo Cervi Araujo e Matheus Condessa Franke, ambos com 14 anos, participam do grupo de estudos das aves. “Fazemos saída de campo, pesquisas e observação das aves. Gosto de participar destas atividades, e também já participei dos grupos de literatura e teatro”, contou Luis. Para Matheus, é importante fazer parte deste grupo. “Fazemos a identificação e catalogação das espécies de aves com a orientação de colaboradores de universidade”, destacou.
“É provável que saiam deste grupo de estudo futuros ornitólogos e pesquisadores. Os alunos fazem pesquisa cientifica e estudos aprofundados em ornitologia, focando para a educação ambiental, como uma disciplina da faculdade”, ressaltou Tâmara Molin, acadêmica de Biologia e colaboradora do grupo.
A mãe do estudante Luis, Maria Angélica Cervi Araujo, disse que a curiosidade sempre foi uma característica marcante no filho. “Desde que iniciou a vida escolar, ele começou a se sobressair. No jardim de infância ele queria ler para os colegas”, contou.
Para Mônica Condessa Franke, mãe do aluno Matheus, é válida e importante a iniciativa do governo do Estado em propiciar aos alunos superdotados um aprendizado extracurricular para que eles possam direcionar e planejar melhor o potencial que possuem. “É essencial para desenvolvimento do superdotado estes recursos que o Governo está oferecendo e a dedicação das professoras para sistematizar o aprendizado das crianças”, ressaltou.