Parceria com o Ministério Público reduz evasão em escolas 03/12/2013 - 08:21
A parceria entre o Núcleo Regional de Educação de União da Vitória e o Ministério Público tem reduzido os números da evasão escolar na região. Somente em 2012, o índice de retorno de estudantes aos bancos escolares foi de quase 60%. Após cinco anos de trabalho para trazer de volta crianças e adolescentes, o projeto obtém resultados positivos graças à formação efetiva de uma rede de combate à evasão escolar.
Um bom exemplo é o Colégio Estadual Estanislau Wrublewski, no Distrito de Santa, a quase 20 quilômetros de Cruz Machado. Entre 2009 e 2012, a escola conseguiu baixar os índices de evasão do ensino fundamental de 10,5% para 3,8%. No ensino médio as taxas, no mesmo período, caíram de 3,9% para 2,8%.
Segundo a diretora Maria Jucelia Sabai Müller, o sucesso se deve a várias ações realizadas em conjunto. Uma delas foi a aproximação com a família. “Conversamos com os pais não apenas sobre a importância de se manter o filho na escola e que a educação é um direito, mas também para incentivar as famílias a participarem da vida escolar do filho”, explicou.
“Eles abandonam por que a família não compreende a importância da educação, casos de gravidez na adolescência, doença na família, ou a proximidade dos 18 anos, quando se preocupam apenas em trabalhar”, explicou a diretora.
Para enfrentar a situação, a escola resolveu produzir dois vídeos: “A importância da família na via escolar” para estimular as famílias; e “História de sucesso”, com o objetivo de incentivar os estudantes para os estudos e para o mundo do trabalho. Houve ainda a uma iniciativa de reclassificação de alunos que estavam em fora da relação idade-série adequada.
Outro fator da evasão da escola é a distância que muitos alunos moram da escola. O colégio atende cerca de 60% de todos os alunos do município – o 19º mais extenso do Paraná. “Houve uma melhora da oferta do transporte escolar. Agora temos ônibus novos e as linhas melhores divididas. O repasse era baixo, mas tudo isso mudou a contribuiu para ajudar os estudantes”, contou a diretora.
O comprometimento dos professores foi outro ponto importante para o sucesso de se combater a evasão escolar. “Eles precisam estar atentos a ausência do aluno, mas realizar também uma proposta de trabalho que ajude a aprendizagem do aluno e o incentive a permanecer na escola”, comentou a pedagoga Sarah Mazur.
Uma gestão democrática em que todos têm espaço para sugerir, opinar e participar também ajudou a mudar os índices de evasão. Houve ainda a valorização da realidade local, com características próprias devido à forte presença da migração polonesa, para que surgissem propostas pedagógicas adequadas aos alunos.
Já o Colégio Estadual Neusa Donite, em União da Vitória, a preocupação com a evasão escolar se deve à vulnerabilidade social de alguns estudantes. “Oferecemos atividades complementares de literatura, xadrez, sala de apoio, hora treinamento em futebol de salão, ensino médio inovador jornal, centro de línguas estrangeiras para termos esses alunos na escola”, disse a diretora auxiliar Josiane Bunhak.
Além disso, são realizadas outras ações para estimular a participação dos estudantes na escola. “Organizamos uma olimpíada interna da escola para motivar os alunos. São diversas oficinas, práticas esportivas e exposição de trabalhos. Uma parceria com universidade rendeu um concurso de declamação de poesias. Os poemas são encadernados e deixados na biblioteca da escola”, relatou Josiane.
A escola precisa estar atenta a cada um dos seus estudantes. “Temos uma pasta na primeira aula registrando a presença do aluno. Caso ele falte, entramos em contato com a família para verificarmos se há justificativa. O professor é um grande aliado nesse processo”, disse.
As famílias já se acostumaram a esse processo. “A escola tem a função de orientar as famílias. Quando a família vem à escola, não é apenas para ser cobrada, mas com um sabor de conversa, de diálogo”, disse a diretora auxiliar que revelou que algumas famílias passaram a comparecer na escola espontaneamente.
Quando um aluno evadido retorna às aulas, seus colegas já estão orientados a acolhê-lo e ajudá-lo de todas as formas possíveis. E os professores propõem atividades para garantir a aprendizagem do aluno que voltou.
Fora da escola, o aluno pode se tornar uma vítima devido a sua condição de vulnerabilidade. “Os atos infracionais mais graves vivenciavam uma situação de ausência dos bancos escolares, ou de distorção da idade e com a série adequada”, explicou o promotor de Justiça do Ministério Público da Comarca de União da Vitória, Júlio Ribeiro de Campos Neto.
Frente a essa situação, o Ministério Público resolveu atuar em três áreas para enfrentar a evasão escolar: com a escola, com a mídia e com a família. A parceria com o Núcleo Regional de Educação de União da Vitória foi a maneira encontrada para garantir que as escolas se sentissem apoiadas e tivessem orientações adequadas para atuarem em relação ao tema.
Houve um trabalho com a mídia local para estabelecer uma pauta de ações positivas sobre casos que envolvem crianças e adolescentes. Inclusive uma TV local produziu um documentário sobre evasão escolar que é trabalhado pelos professores em sala de aula e apresentado ás famílias em reuniões.
Com as famílias, o Ministério Público promove e participa de reuniões para esclarecer sobre as questões legais que envolvem a omissão da família em garantir o direito à educação. Também são realizadas audiências para definir, dependendo de cada processo, as sanções previstas em lei para as famílias notificadas.
Um bom exemplo é o Colégio Estadual Estanislau Wrublewski, no Distrito de Santa, a quase 20 quilômetros de Cruz Machado. Entre 2009 e 2012, a escola conseguiu baixar os índices de evasão do ensino fundamental de 10,5% para 3,8%. No ensino médio as taxas, no mesmo período, caíram de 3,9% para 2,8%.
Segundo a diretora Maria Jucelia Sabai Müller, o sucesso se deve a várias ações realizadas em conjunto. Uma delas foi a aproximação com a família. “Conversamos com os pais não apenas sobre a importância de se manter o filho na escola e que a educação é um direito, mas também para incentivar as famílias a participarem da vida escolar do filho”, explicou.
“Eles abandonam por que a família não compreende a importância da educação, casos de gravidez na adolescência, doença na família, ou a proximidade dos 18 anos, quando se preocupam apenas em trabalhar”, explicou a diretora.
Para enfrentar a situação, a escola resolveu produzir dois vídeos: “A importância da família na via escolar” para estimular as famílias; e “História de sucesso”, com o objetivo de incentivar os estudantes para os estudos e para o mundo do trabalho. Houve ainda a uma iniciativa de reclassificação de alunos que estavam em fora da relação idade-série adequada.
Outro fator da evasão da escola é a distância que muitos alunos moram da escola. O colégio atende cerca de 60% de todos os alunos do município – o 19º mais extenso do Paraná. “Houve uma melhora da oferta do transporte escolar. Agora temos ônibus novos e as linhas melhores divididas. O repasse era baixo, mas tudo isso mudou a contribuiu para ajudar os estudantes”, contou a diretora.
O comprometimento dos professores foi outro ponto importante para o sucesso de se combater a evasão escolar. “Eles precisam estar atentos a ausência do aluno, mas realizar também uma proposta de trabalho que ajude a aprendizagem do aluno e o incentive a permanecer na escola”, comentou a pedagoga Sarah Mazur.
Uma gestão democrática em que todos têm espaço para sugerir, opinar e participar também ajudou a mudar os índices de evasão. Houve ainda a valorização da realidade local, com características próprias devido à forte presença da migração polonesa, para que surgissem propostas pedagógicas adequadas aos alunos.
Já o Colégio Estadual Neusa Donite, em União da Vitória, a preocupação com a evasão escolar se deve à vulnerabilidade social de alguns estudantes. “Oferecemos atividades complementares de literatura, xadrez, sala de apoio, hora treinamento em futebol de salão, ensino médio inovador jornal, centro de línguas estrangeiras para termos esses alunos na escola”, disse a diretora auxiliar Josiane Bunhak.
Além disso, são realizadas outras ações para estimular a participação dos estudantes na escola. “Organizamos uma olimpíada interna da escola para motivar os alunos. São diversas oficinas, práticas esportivas e exposição de trabalhos. Uma parceria com universidade rendeu um concurso de declamação de poesias. Os poemas são encadernados e deixados na biblioteca da escola”, relatou Josiane.
A escola precisa estar atenta a cada um dos seus estudantes. “Temos uma pasta na primeira aula registrando a presença do aluno. Caso ele falte, entramos em contato com a família para verificarmos se há justificativa. O professor é um grande aliado nesse processo”, disse.
As famílias já se acostumaram a esse processo. “A escola tem a função de orientar as famílias. Quando a família vem à escola, não é apenas para ser cobrada, mas com um sabor de conversa, de diálogo”, disse a diretora auxiliar que revelou que algumas famílias passaram a comparecer na escola espontaneamente.
Quando um aluno evadido retorna às aulas, seus colegas já estão orientados a acolhê-lo e ajudá-lo de todas as formas possíveis. E os professores propõem atividades para garantir a aprendizagem do aluno que voltou.
Fora da escola, o aluno pode se tornar uma vítima devido a sua condição de vulnerabilidade. “Os atos infracionais mais graves vivenciavam uma situação de ausência dos bancos escolares, ou de distorção da idade e com a série adequada”, explicou o promotor de Justiça do Ministério Público da Comarca de União da Vitória, Júlio Ribeiro de Campos Neto.
Frente a essa situação, o Ministério Público resolveu atuar em três áreas para enfrentar a evasão escolar: com a escola, com a mídia e com a família. A parceria com o Núcleo Regional de Educação de União da Vitória foi a maneira encontrada para garantir que as escolas se sentissem apoiadas e tivessem orientações adequadas para atuarem em relação ao tema.
Houve um trabalho com a mídia local para estabelecer uma pauta de ações positivas sobre casos que envolvem crianças e adolescentes. Inclusive uma TV local produziu um documentário sobre evasão escolar que é trabalhado pelos professores em sala de aula e apresentado ás famílias em reuniões.
Com as famílias, o Ministério Público promove e participa de reuniões para esclarecer sobre as questões legais que envolvem a omissão da família em garantir o direito à educação. Também são realizadas audiências para definir, dependendo de cada processo, as sanções previstas em lei para as famílias notificadas.