Por que tantos porquês? – Uma reflexão para a sociedade 21/06/2013 - 10:00
Por que tantos porquês? – Uma reflexão para a sociedade paranaense
A perplexidade tomou conta do país e do mundo diante das manifestações ocorridas em todos os cantos do Brasil nos últimos dias. Muitas perguntas surgiram no esteio dessa onda popular. Como surgiu? De onde veio? Quem lidera? Para onde vai?
Em todos os setores da sociedade, esses questionamentos tomam conta das conversas cotidianas, dos pensamentos individuais e coletivos. Como é possível um movimento de tamanha envergadura surgir do nada, da noite para o dia?
No meio de tantos porquês e de tantas incertezas, apenas podemos dizer que esse fenômeno que ganhou vez e voz por meio das redes sociais já vinha sendo gestado no seio da sociedade e nos motiva a buscar algumas reflexões importantes para o rumo do nosso país.
Como não pensar que tais manifestações sinalizam para um esgotamento da paciência da sociedade diante das nossas responsabilidades na condução das políticas públicas, da própria gestão da coisa pública? Seria esse um sinal da falência da democracia representativa? As dificuldades cotidianas dos brasileiros estariam se sobrepondo à propaganda de um país vigoroso e rico?
Pensar que uma situação pontual possa ser a causa verdadeira de tão grande movimento é apenas uma tentativa de minimizar o sentimento visto nas ruas nos últimos dias, onde jovens, idosos, pessoas de bem pedem mudanças objetivas de rumo. Torna-se latente a percepção de que a sociedade está sentindo na carne o esgarçamento do tecido social.
Mas o que fazer diante de tantos questionamentos? As soluções precisam ser construídas por todos. A sociedade não aceitará soluções impostas, paliativas e pontuais. São necessárias mudanças estruturais que passam pelas reformas política, tributária e outras, que assegurem uma nova ordem republicana em nosso país.
Estamos num caminho sem volta. As figuras públicas, preservadas da corrupção e da má prática administrativa, devem se posicionar e somar na busca de caminhos que tragam respostas concretas, independente de suas cores partidárias.
A preservação do caminho democrático é fundamental, principalmente na manutenção da paz. O pior meio possível é o da violência, onde todos pagam o preço de uma solução inadequada e que deixa legados de conflitos nas relações sociais e que só nos distanciam do caminho da boa construção conjunta.
Finalmente, compreendemos que não há outra saída que não a organização da sociedade que, como temos visto, está motivada a transformar o país. Todos temos que nos envolver e buscar, nesse momento histórico para o Brasil, a criação de uma consciência sócio-política da construção solidária de uma nova sociedade.
Flávio Arns
Vice-Governador e Secretário da Educação do Paraná
Vice-Governador e Secretário da Educação do Paraná