Professores e escolas estaduais ganham prêmio Orirerê 18/11/2011 - 19:00
Professores e escolas da rede estadual de ensino tiveram seus projetos vencedores no prêmio “Orirerê-Cabeças Iluminadas”. Os projetos contemplaram ações que promovem a arte e cultura africana e afrobrasileira nas escolas. O evento de divulgação dos ganhadores ocorreu nesta sexta-feira (18), no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba. Professores de escolas estaduais e municipais podiam inscrever seus trabalhos para participar da premiação.
A organização de uma competição como esta colabora com a valorização da cultura afrobrasileira nas escolas, na opinião da diretora do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação, Luciane Fagundes. “São ações simples, mas que fazem à diferença na vida de muitos alunos. O Paraná já é conhecido pelo trabalho nas questões étnico-raciais e projetos como esses são importantes na formação dos alunos”, disse Luciane ressaltando que em 2011 está sendo comemorado o Ano Internacional da Afrodescedência e dois dias antes do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado na data de 20 de novembro.
Participaram da premiação dos projetos individuais e de equipes multidisciplinares de Curitiba, Paranaguá, Área Metropolitana Sul e Área Metropolitana Norte. No projeto individual foram vencedores os professores Andreza Calefi Braga, Nilo Silva Pereira Netto, Nelson Sebastião Martins Junior, Celina Kruchelski , Edina Brito Jensen, Sibeli Colere e Iracema Maria de Sá .
No total, 20 escolas ganharam o prêmio. São elas: Escola Municipal Ana Hella, Escola Municipal Anisio Teixeira, Colégio Estadual Papa João Paulo I, Colégio Estadual do Paraná, Colégio Estadual Antonio Lacerda Braga, Colégio Estadual João Bettega, Escola Estadual Brasílio de Araujo, Escola Quilombola Maria Joana, Colégio Estadual Anibal Khury Neto e Colégio Estadual Olívio Belich.
No Colégio Estadual João Paulo I, a equipe multidisciplinar mobilizou professores, funcionários com a temática sobre cultura afrobrasileira para 1,3 mil alunos. Na disciplina de Educação Física, o professor Nilo Silva Pereira Netto trabalhou com jogos africanos e capoeira. “Combater todas as formas de racismo é responsabilidade de todos. O trabalho da nossa equipe discutiu sobre racismo e sugeriu formas de ação”, explicou Netto.
Para o professor de Arte Nelson Sebastião Martins Junior, do Colégio Estadual Algacir Munhoz Maeder, o projeto realizado em contraturno escolar sobre história afrobrasileira e percussão contribui na socialização dos conteúdos da cultura afrobrasileira.
Já o professor Neuton Damásio Pereira, do Colégio Estadual Antônio Lacerda Braga, em Colombo, apresentou um projeto que organizou o 1º. Encontro de Estudantes Negros e Negras na escola. “Nossa proposta é promover um encontro como este para todo o município. A troca de experiências sobre as questões raciais entre estudantes de diversas etnias”, disse o professor.
Foram selecionados projetos de aplicação da Lei 10.639/03. A lei trata da inclusão do estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
O prêmio é uma realização do Centro Cultural Humaita – Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afrobrasileira, com parceria da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), a Rede Municipal de Educação de Curitiba e o Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial (FPEDER-PR).
HOMENAGEM - Após o prêmio, os 20 professores de escolas estaduais e municipais vencedores e quatro estudantes do Colégio Estadual Antonio Lacerda Braga participaram de um almoço com o vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, no Palácio das Araucárias.
Para a estudante do 2º. ano do ensino médio Sabrina Gimenez, 16 anos, que coordena o Grêmio Estudantil Conexão, do Colégio Estadual Antonio Lacerda Braga, o projeto estimula a discussão entre as diferentes raças e etnias, além de ser uma maneira dos jovens expressarem suas ideias. “É muito bom para que o nosso colégio lute contra o preconceito”, disse.
O vice-governador ressaltou que este almoço simbolizou o interesse do governo do estado em apoiar políticas públicas para a promoção da igualdade racial. “Queremos homenageá-los no dia de hoje e dizer que vamos trabalhar juntos e unidos no processo de sensibilização e convencimento da sociedade em mostrar a riqueza que temos na diversidade do Paraná”, disse Arns.
O Secretário de Estado de Relações com a Comunidade, Wilson Quintero, do presidente do Centro Cultural Humaitá, Adegmar José da Silva Candiero, da coordenadora do Departamento da Diversidade na SEED, Luciane Fagundes, entre outras autoridades, também participaram do evento.