Tecnologia 3D ajuda no aprendizado de aluno cego 27/08/2019 - 17:40

Arte e tecnologia, quem diria, foi a combinação usada em sala de aula pela professora de arte Graciele Moreira, do Colégio Estadual Helena Kolody, no município de Terra Boa, para promover a inclusão no ambiente escolar. Foi também a resposta encontrada por Graciele para auxiliar o aluno Jackson dos Santos, 16 anos, que é cego, a interagir com o conteúdo de uma disciplina que, em boa parte do tempo, exige contato visual.

Primeiro, Graciele reproduziu as imagens de obras de arte retratadas em livros em peças de EVA. A iniciativa surtiu resultados positivos, mas desenvolver as peças demandava um tempo nem sempre disponível.

Foi então que a professora decidiu utilizar a máquina de impressão 3D, cedida para a escola pelo Governo do Paraná por meio da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, para dar forma às imagens que antes eram feitas manualmente. Assim, Jackson consegue compreender do que se tratam as obras de arte estudadas na disciplina: através do tato, do toque.

“É preciso promover o compartilhamento de conhecimento entre os alunos visuais e o aluno com deficiência visual. O grande foco do trabalho é esse: garantir a interação entre os alunos, para que um aprenda com o outro, para que construam o conhecimento coletivamente”, explica Graciele.

ENGAJAMENTO – O projeto envolveu toda a turma. Os alunos aprenderam como utilizar a impressora 3D e partiram para as tentativas de impressão das imagens. Mas, mais do que reproduzir as obras perfeitamente, o mais importante foi o processo de identificar quais eram as obras ideias para reproduzir em 3D para alguém que não enxerga.

“Nós já descobrimos que nesse trabalho com deficientes visuais, é preciso pensar nos alunos antes de escolher as imagens. Antes nós escolhíamos as imagens famosas no mundo visual, mas depois de estudos, descobrimos que não adianta escolher uma grande obra de arte se não levarmos em conta a questão dos planos e a percepção tátil. Os alunos já chegaram a essa conclusão. Agora, a escolha da arte tem como base a percepção desse aluno deficiente visual e não a nossa enquanto obra de arte”, explica a professora.

A primeira imagem retirada do livro didático usado em sala e reproduzida em 3D foi a obra Abaporu, da artista brasileira Tarsila do Amaral, que mostra uma figura humana sentada e traz os braços, pés a mãos em dimensões exageradas.

Jackson, que ficou cego aos oito anos de idade, conta que a atividade despertou seu interesse em Arte, além de aproximar os colegas de turma. “Eu não tinha muita noção de arte, era tudo muito distante. Esse trabalho tem me ajudado bastante, eu começo a ter uma noção de como é a imagem e não fico na imaginação vaga. Eu começo a entender como os outros veem. O projeto está sendo bem legal, é algo diferente que não fica só na parte teórica”, conta.

NO PARANÁ – O Governo do Paraná já investiu R$ 175 milhões de reais em programas de tecnologia para as escolas do Estado. Por meio da SEED, já foram distribuídos computadores, impressoras, equipamentos eletrônicos, laboratórios móveis, netbooks e projetores, além da instalação de internet WiFi em 1.700 instituições de ensino da rede estadual.


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Essa matéria faz parte de uma série de matérias produzidas pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte para mostrar iniciativas, projetos e práticas em sala de aula envolvendo recursos tecnológicos variados.

É a Tecnologia na Escola aliada ao processo de ensino e aprendizagem!



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